segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Remédio para o Coração: Misericordina

Cidade do Vaticano (RV) – Após a oração mariana do Angelus, o Papa Francisco saudou os peregrinos presentes provenientes de diversas partes da Itália e do mundo, mas em especial, a comunidade etíope que festeja São Miguel.

Após, recordou o “Dia das vítimas da estrada”, celebrado neste domingo, assegurando sua oração e “encorajando a prosseguir no empenho da prevenção”, ressaltando que “a prudência e o respeito às normas são a primeira forma de tutela de si mesmo e dos outros”.

Ao final do tradicional encontro dominical na Praça São Pedro, o Papa Francisco recomendou um “remédio espiritual” chamado “Misericordina”, que seria distribuído por voluntários aos presentes, dizendo, em tom de brincadeira: “Alguém pode perguntar: o Papa é um farmacêutico agora?”.

A bem da verdade, este ‘remédio espiritual’ nada mais é do que uma pequena caixa lembrando uma caixa de remédio, contendo no seu interior uma imagem de Jesus da Misericórdia, um terço com as 59 contas, acompanhado de uma ‘bula’ com ‘prescrições’ e posologia, como por exemplo, procurar um local silencioso e ajoelhar-se diante de uma imagem de Jesus da Misericórdia onde está escrito “Jesus, eu confio em ti”. No verso da 'bula', algumas passagens do Diário de Madre Faustina kowalska.

O Papa observou que com aquele terço poderia ser rezado o Terço da Misericórdia, “ajuda espiritual para a nossa alma, para nossa vida e para divulgar em todo lugar o amor, o perdão e a fraternidade”. E insistiu: “Não esqueçam de pegá-la, porque faz bem, eh? Faz bem ao coração, à alma e para toda a vida”.

A distribuição deste 'remédio espiritual' foi uma iniciativa do Elemosineiro Pontifício, Dom Konrad Krajawski, a partir de uma Idéia nascida na Polônia. Foram confecionados milhares de 'kits' em quatro línguas: italiano, espanol, ingês e polonês.


Fonte: News.va

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Consagração do mundo à Virgem Maria

VATICANO, 14 Out. 13 (ACI/EWTN Noticias) .- Diante de 100 mil pessoas presentes ontem, domingo, na Praça de São Pedro, o Papa Francisco consagrou o mundo ao Imaculado Coração da Virgem Maria. Esta é a oração de consagração que rezou o Santo Padre diante da imagem original da Virgem de Fátima que foi levada a Roma do seu santuário em Portugal:
 
 
Bem-aventurada Maria Virgem de Fátima,
com renovada gratidão pela tua presença materna
unimos a nossa voz àquela de todas as gerações
que te chamam bem-aventurada.
Celebramos em ti as grandes obras de Deus,
que jamais se cansa de prostrar-se com misericórdia
sobre a humanidade, afligida pelo mal e ferida pelo pecado,
para curá-la e para salvá-la.
Acolhe com benevolência de Mãe
O ato de consagração que hoje fazemos
com confiança, diante desta tua imagem
tão querida a nós.
Estamos certos de que cada um de nós é precioso aos teus olhos
e que nada é a ti estranho de tudo aquilo que habita em nossos corações.
Nos deixamos alcançar pelo teu dulcíssimo olhar
e recebemos o afago consolador do teu sorriso.
Protege a nossa vida entre os teus braços:
abençoa e reforça todo desejo de bem;
reaviva e alimenta a fé;
ampara e ilumina a esperança;
suscita e anima a caridade;
guia todos nós no caminho da santidade.
Ensina-nos o teu mesmo amor de predileção
Pelos pequenos e pelos pobres,
pelos excluídos e os sofredores,
pelos pecadores e os dispersos de coração:
reúne todos sob tua proteção
e os entrega ao teu Filho amado, o Senhor nosso Jesus.
Amém.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Papa Francisco e Bento XVI inauguram estátua do arcanjo São Miguel


Vaticano, 05 jul 2013 (Ecclesia) – O Papa Francisco e o seu antecessor, Bento XVI, estiveram juntos, esta manhã, nos jardins do Vaticano, na inauguração de uma estátua do arcanjo São Miguel, protetor da igreja universal e padroeiro da cidade do Vaticano

A escultura em bronze, com 5 metros, está colocada numa área dos Jardins do Vaticano, próxima ao prédio do Governatorato e “é uma obra monumental patrocinada pelo presidente emérito do Governatorato, cardeal Giovanni Lajolo, para celebrar o Arcanjo Miguel, principal defensor da fé e custódio universal da Igreja”, lê-se no site de notícias news.va

Na alocução que pronunciou, o Papa Francisco recordou o significado que assume, neste Ano da Fé, a inauguração de uma imagem dedicada ao arcanjo São Miguel, cujo nome significa “Quem é como Deus?” e Miguel – sublinhou o Papa “é o campeão do primado de Deus, da sua transcendência e potência”.

A escultura recorda que “o mal é vencido, o acusador é desmascarado, a sua cabeça é esmagada, porque a salvação realizou-se uma vez para sempre no sangue de Cristo”, disse o Papa Francisco.

O autor é o artista Giuseppe Antonio Lomuscio, da cidade de Trani (Itália) vencedor do concurso internacional organizado pelo Governatorato do Estado do Vaticano e avaliado por uma comissão de especialistas, presidida pelo diretor dos Museus do Vaticano, Paolo Paolucci.

A escultura está apoiada sobre uma base de mármore travertino, também projetada pelo artista, e caracterizada pela presença de dois baixo-relevos em bronze.


Papa Francisco aprova a canonização de João Paulo II e João XXIII

João Paulo II e João XXIII

Vaticano, 05 Jul. 13 / 11:18 am (ACI/Europa Press).- O Papa Francisco aprovou o decreto de canonização do Beato João Paulo II e João XXIII, conforme explicou o porta-voz do Escritório de Imprensa do Vaticano, Padre Federico Lombardi. Os cardeais e bispos da Congregação para as Causas dos Santos aprovaram nesta terça-feira o segundo milagre atribuído ao Beato João Paulo II e que abre as portas para sua canonização, como relatado por fontes do Vaticano.

Embora não tenha havido confirmação oficial, as mesmas fontes disseram como possíveis datas para a canonização de João Paulo II o dia 24 de novembro, no fim da celebração do Ano da Fé, ou dia 08 de dezembro.

Além disso, a imprensa italiana já indicava nesta terça-feira que a cerimônia de canonização de João Paulo II poderia ser feita junto com a de João XXIII, conhecido como o "Papa Bom".

Assim, o jornal italiano "La Stampa", observou nesta terça-feira que "Inesperadamente, os cardeais e bispos também terão que discutir outro caso, o da canonização de João XXIII", o Pontífice que convocou o Concílio Vaticano II, falecido há 50 anos e cuja beatificação ocorreu em 2000.

Nessa linha, afirmava que essa mudança "não prevista" demonstra "a vontade de celebrar juntas" as duas cerimônias de canonização e assinala que Roncalli e Wojtyla "poderiam ser canonizados em dezembro de 2013, imediatamente após o final do Ano da Fé, visto que a hipótese inicial de outubro parece cada vez menos plausível pela falta de tempo e problemas organizacionais".

Karol Wojtyla foi beatificado no dia 1 º de maio de 2011, depois da aprovação do seu primeiro milagre com a assinatura do agora Bispo Emérito de Roma Bento XVI. Naquela ocasião, se tratou de uma cura, dois meses após sua morte, da religiosa francesa Marie Simon Pierre, que sofria da doença de Parkinson desde 2001, a mesma que João Paulo II sofreu em seus últimos anos.

Por sua parte, João XXIII foi beatificado por João Paulo II em setembro de 2000, durante o Jubileu, na mesma celebração da beatificação de Pio IX. Na ocasião, o milagre aprovado para a sua beatificação foi a cura da Irmã Caterina Capitani em 1966.

O Papa João XXIII convocou o Concílio Vaticano II, e morreu, enquanto o Concílio estava em andamento, muitos bispos propuseram proclamar o "Papa Bom" como santo por aclamação, mas seu sucessor, Paulo VI, optou por seguir as vias canônicas, por isso começou o processo canônico, em seguida, foi beatificado pelo seu antecessor Pio XII.


Fonte: ACI Digital

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Padre católico é decapitado por islamistas

Porque, ao que parece, Deus nos tem posto a nós, apóstolos, na última classe dos homens, por assim dizer sentenciados à morte, visto que fomos entregues em espetáculo ao mundo, aos anjos e aos homens.
Nós, estultos por causa de Cristo; e vós, sábios em Cristo! 
Nós, fracos; e vós, fortes! Vós, honrados; e nós, desprezados!
Até esta hora padecemos fome, sede e nudez. 
Somos esbofeteados, somos errantes, fatigamo-nos, 
trabalhando com as nossas próprias mãos. 
Insultados, abençoamos; perseguidos, suportamos; 
caluniados, consolamos!
Chegamos a ser como que o lixo do mundo, 
a escória de todos até agora...
(I COR 4, 9-13)

O Vaticano confirmou o frio assassinato do padre franciscano François Murad (49). Ele foi decapitado em público no domingo, 23 de junho, por terroristas islâmicos em Gassanieh, norte da Síria. O padre estava com as mãos atadas e teve seu pescoço cortado por uma faca. Sua cabeça foi então exibida à multidão histérica. O padre católico havia procurado proteção no convento cristão local, que foi atacado pelo grupo terrorista Jabhat al-Nusra.

A cabeça do padre é exibida à multidão

Este ato repugnante deve deixar claro a todos os cristãos do mundo, que os chamados rebeldes na Síria são de fato assassinos frios, não combatem pela liberdade e muito menos são guardiães do Islã. Eles podem gritar quanto quiserem “Allahu Akbar” durante a decapitação, mas isso nada tem a ver com Deus.

Quem tira a vida de uma pessoa, comete um pecado mortal, ponto!

Verso do Corão de Medina: 2.82
Por isso, quem faz o mal e está em pecado, irá morar no inferno, lá permanece.

Cada muçulmano que não condenar com veemência este assassinato brutal contra um padre católico indefeso, torna-se cúmplice. O Corão proíbe isso. Os assassinos e todos aqueles que assistiram passivamente irão ficar para sempre no purgatório. Eles são os servos de satanás e terão que pagar para sempre pelos seus atos covardes.

No vídeo é exibida a decapitação que faz do padre François um mártir, que morreu apenas por sua fé cristã. Atenção, as cenas são de extrema violência e eu as mostro apenas porque existem pessoas que ainda negam, que os jihadistas cometem tais atos na Síria.

A primeira vítima é o padre François. A segunda, que também teve a cabeça cortada, teria colaborado com o governo de Assad. Uma terceira pessoa que também tem as mãos atadas nas costas, e está de joelhos, também aguarda o mesmo destino.

Me faltam palavras para descrever toda minha indignação sobre este massacre. Quão desnaturado alguém deve ser para assassinar desta forma pessoas indefesas? Estes malditos assassinos até permitiram que crianças assistissem a cena.

Por que a mídia ocidental não reporta sobre este desprezível assassinato contra cristãos e sobre quem dá dinheiro e armas a este bando de assassinos para disseminar o terror na Síria? A saber: as piores ditaduras da Arábia Saudita e do Qatar, assim como a Turquia, Jordânia e Israel, e os Estados unidos e a Grã-Bretanha.

Onde está a condenação deste ato extremo de violência pelos governos do alegado ocidente civilizado? Não são eles que promovem todo tipo de espetáculo midiático quando se trata de direitos humanos e proteção da vida humana. Claramente todos os meios são legítimos para viabilizar a queda de Assad.

Eu convoco aqui todos os leitores do ASR a enviar este artigo com o vídeo a todos os deputados, governos, mídias, promotores, representantes das diferentes religiões e a qualquer um que precisa saber. O apoio aos terroristas que invadem a Síria e cometem os piores crimes tem que cessar imediatamente e os criminosos punidos.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Nota da PJ sobre manifestações



A Nota da PJ-SP sobre as manifestações me parece um discurso socialista, com jargões e idéias das quais não é certo contaminar os jovens cristãos.

Esses protestos foram fomentados e organizados - pela internet - pelos movimentos que integram a rede global da plataforma 15M (MPL, Anonymous, DRY, Occupy, Fora do Eixo, posTV,  Fanfarra do MAL, etc), com forte ligação a partidos socialistas (PSOL e PT, por exemplo).

Esses movimentos se organizam com financiamento comunista, e agem como partidos que representam grupos de mesmos ideais. O problema é que ainda por cima defendem as causas em prol do aborto, das vadias, da maconha, etc... Verdadeiros anti-Cristos!

Não queremos o comunismo na Terra de Santa Cruz! Vade retro satana!

Acho por bem que a PJ mude o logo que é parecido com o do PT e ctroquem aquele bandeirão vermelho comunista!

Se liguem!!!!!! Deus é justo e olha pelos Seus!


Vejam também:


sábado, 22 de junho de 2013

Estatuto do Nascituro – em defesa da vida

Cardeal Odilo Pedro Scherer

Nascituro é o ser humano já em formação, mas ainda não nascido. O Projeto de Lei nº 478, de 2007, que visa proteger o nascituro, tramita há seis anos no Congresso Nacional. Pouco a pouco, porém, vai avançando. Recentemente, ele foi aprovado pela Comissão de Finanças da Câmara, depois de já ter passado também pela Comissão de Seguridade Social e Família. Falta passar pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara e, finalmente, ir ao Plenário da Câmara e do Senado e receber a sanção presidencial, se tudo correr bem. 

É um longo e penoso percurso que deve enfrentar uma lei boa. Na prática, além da lei que veta o aborto, no Brasil ainda não há nenhuma lei que garanta mais amplamente um mínimo de respeito e direitos ao ser humano ainda não nascido, mas que já existe e está em gestação no ventre da mãe; é como se a sociedade e o Estado nada tivessem a ver com as eventuais agressões, discriminações ou outras formas de violência contra os nascituros; nem fossem obrigados a fazer algo para assegurar a sua saúde, antes do nascimento. Seres humanos frágeis e indefesos, na prática, ainda estão entregues à lei da selva! 

O Estatuto do Nascituro prevê que ao embrião, ao feto e à criança ainda não nascida seja reconhecida a dignidade humana e, como consequência, que já seja merecedora de proteção jurídica. Isso é um avanço, pois supera uma concepção redutiva das responsabilidades do Estado sobre os seres humanos já concebidos, mas ainda não nascidos: na situação atual, o bebê, antes de nascer, é um “problema” apenas da família ou, até mesmo, só da mãe… Certo discurso em favor da legalização do aborto pretende que unicamente a mulher tenha o direito a decidir sobre o fruto de suas entranhas: deixar viver ou não… 

O Estatuto do Nascituro prevê que seja respeitado, antes de tudo, o direito à vida desse ser humano, ainda em formação, mas já existente e vivo; além disso, o direito à saúde e à assistência médica, paga pelo Estado, e às condições para o sadio desenvolvimento, mesmo antes de nascer. 

Estabelece ainda que o nascituro tenha direitos patrimoniais, como o de herança, da mesma forma como os filhos já nascidos; tal direito, evidentemente, só se concretiza se ele vier, de fato, a nascer. Também assegura que o nascituro não deve ser maltratado, negligenciado, explorado como se fosse uma “coisa”, até para fins econômicos, nem pode ser vítima de crueldade, ou qualquer forma de violência. 

Também prevê que haja políticas sociais para que o nascituro encontre condições favoráveis para o seu desenvolvimento integral. Não parece pretensão exagerada para uma sociedade de humanos, com sensibilidade e sentimentos humanos, assegurar às crianças não nascidas esses direitos e essa justa consideração… É difícil compreender que possa alguém ser contrário. O Projeto de Lei pode ser melhorado e poderá sofrer alterações no longo percurso que ainda deve enfrentar. É uma pena que não se aprove logo algo tão salutar! 

Mas o Estatuto do Nascituro, apesar de ser, certamente, bom e de efeitos civilizatórios relevantes, sofre forte oposição, sobretudo porque ele acabaria sendo uma barreira contra a liberação cada vez mais ampla do aborto; por isso, ele enfrenta a forte oposição dos grupos militantes em favor do aborto; geralmente, o argumento é que o direito do nascituro diminuiria o direito da mulher. É bastante estranho e cínico jogar o filho contra a mãe, ou a mãe contra o filho… Ao proteger o nascituro, a lei, de fato, também está valorizando a mulher que gera o filho. 

A questão crucial continua sendo a do início da vida humana: quando começa a existir um novo ser humano? A posição da Igreja, que está em concordância com a ciência e a mais elementar constatação da lógica e do bom senso, é esta: a fecundação do óvulo por um espermatozoide e o consequente início da multiplicação das células constituem o início da existência de um novo ser humano. A partir desse momento, passa a existir um novo sujeito de direitos, que precisam ser devidamente assegurados pelo Estado. São direitos próprios à condição do ser humano na fase do seu desenvolvimento pré-natal. 

É falacioso argumentar que uma lei favorável aos direitos do nascituro seria prejudicial para os direitos da mulher. Ninguém é obrigado a gerar um filho; mas a partir do momento em que isso acontece, o novo ser humano tem dignidade e direitos a serem respeitados. A dignidade e os direitos da mulher também precisam ser assegurados, de maneira própria e adequada; mas seria chocante se isso fosse feito mediante a negação da proteção à dignidade e aos direitos do filho ainda não nascido. 


Publicado em O SÃO PAULO, ed. de 18.06.2013 

Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo e Presidente do Regional Sul 1 da CNBB 

@DomOdiloScherer

sábado, 8 de junho de 2013

Imaculado Coração da Virgem Maria

"Por fim meu Imaculado Coração triunfará!" (N. Sra. de Fátima)
Esta memória ao Imaculado Coração de Maria não é nova na Igreja; tem as suas profundas raízes no Evangelho que repetidamente chama a nossa atenção para o Coração da Mãe de Deus. Por isto, na Tradição Viva da Igreja encontramos esta devoção confirmada pelos Santos Padres, Místicos da Idade Média, Santos, Teólogos e Papas como João Paulo II.

"Depois ele desceu com eles para Nazaré; era-lhes submisso; e a sua mãe guardava todos esses acontecimentos em seu coração". Este relato bíblico que se encontra no Evangelho segundo São Lucas, une-se ao canto de louvor entoado por Maria, o Magnificat; a compaixão e intercessão diante do vinho que havia acabado e a presença de Maria de pé junto a Cruz, revelam-nos a sintonia do Imaculado Coração de Maria para com o Sagrado Coração de Jesus.

Entre os santos, São João Eudes destacou-se como apóstolo desta devoção e, entre os Papas que propagaram esta devoção, destaca-se Pio XII que em 1942 consagrou o mundo inteiro ao Coração Imaculado de Maria.

As aparições de Nossa Senhora em Fátima no ano de 1917, de tal forma espalharam a devoção ao Coração de Maria que o Cardeal Cerejeira disse um dia: "Qual é precisamente a mensagem de Fátima? Creio que poderá resumir-se nestes termos: a manifestação do Coração Imaculado de Maria ao mundo atual, para o salvar". Desta forma, pudemos conhecer que o Pai e Jesus querem estabelecer no mundo inteiro a devoção ao Imaculado Coração, que se encontra fundamentada na Consagração e Reparação a este Coração que "no final triunfará".



sexta-feira, 7 de junho de 2013

Solenidade do Sagrado Coração de Jesus

Do "Diretório sobre a Piedade Popular", da Congregação para o Culto Divino, Vaticano, Dezembro de 2001


166. A sexta-feira seguinte ao segundo domingo depois de Pentecostes a Igreja celebra a solenidade do Sagrado Coração de Jesus. Além da celebração litúrgica, muitas outras expressões de piedade têm por objeto o Coração de Cristo. Não tem dúvida de que a devoção ao Coração do Salvador tem sido, e continua a ser, uma das expressões mais difundidas e amadas da piedade eclesiástica. Entendida à luz da Sagrada Escritura, a expressão “Coração de Cristo” designa o mesmo mistério de Cristo, a totalidade do seu ser, a sua pessoa considerada no seu núcleo mais íntimo e essencial...

167. Como o têm lembrado freqüentemente os Romanos Pontífices, a devoção ao Coração de Cristo tem um sólido fundamento na Escritura. Jesus, (...) apresenta-se a si mesmo como mestre “manso e humilde de Coração” (Mt. 11, 29). Pode dizer-se que a devoção ao Coração de Jesus é a tradução em termos cultuais do reparo que, segundo as palavras proféticas e evangélicas, todas as gerações cristãs voltaram para aquele que foi atravessado (cfr. Jo. 19, 27; Zc. 12, 10), isto é, o costado de Cristo atravessado pela lança, do qual brotou sangue e água, símbolo do “sacramento admirável de toda a Igreja”.

O texto de São João que narra a ostentação das mãos e do costado de Cristo aos discípulos (Cfr. Jo. 20, 20) e o convite dirigido por Cristo a Tomás para que estendesse a sua mão e a introduzisse no seu costado (Cfr. Jo, 20 27), tiveram também um influxo notável na origem e no desenvolvimento da piedade eclesiástica ao Sagrado Coração.

168. Estes textos, e outros (...) foram objeto de assídua meditação por parte dos Santos Padres que desvendaram as riquezas doutrinais e com freqüência convidaram aos fiéis a penetrar no mistério de Cristo pela porta aberta de seu costado. Assim, santo Agostinho diz: “A entrada é acessível: Cristo é a porta. Também se abriu para ti quando o seu costado foi aberto pela lança. Lembra o que dali saiu; portanto olha por onde podes entrar. Do costado do Senhor pendurado que morria na Cruz saiu sangue e água quando foi aberto pela lança. Na água está a tua purificação, no sangue a tua redenção.”

169. A Idade Média foi uma época especialmente fecunda para o desenvolvimento da devoção ao Coração do Salvador. Homens insignes pela sua doutrina e santidade, como São Bernardo (+1153), São Boaventura (+1274) e místicos como Santa Lutgarda (+1246), Santa Matilde de Magdeburgo (+1282), as Santas Irmãs Matilde (+1299) e Gertrudes (+1302) do Mosteiro de Helfta, Ludolfo de Saxónia (+1378), Santa Catarina de Siena (+1380), aprofundaram o mistério do Coração de Cristo no qual percebiam o “refúgio” aonde acolher-se, a sé da misericórdia, o lugar de encontro com Ele, a fonte do amor infinito do Senhor, a fonte da qual brota a água do Espírito, a verdadeira terra prometida e o verdadeiro paraíso.

170. Na época moderna o culto ao Sagrado Coração do Salvador teve novo desenvolvimento. No momento em que o jansenismo proclamava os rigores da justiça divina, a devoção ao Coração de Cristo foi um antídoto para suscitar nos fiéis o amor ao Senhor e a confiança na sua infinita misericórdia, da qual o Coração é prenda e símbolo. São Francisco de Sales (+1622), que adotou como norma de vida e apostolado a atitude fundamental do Coração de Cristo, ou seja, a humildade, a mansidão, (Cfr. Mt. 11, 29), o amor terno e misericordioso; Santa Margarida Maria Alacoque (+1690), a quem o Senhor mostrou repetidas vezes as riquezas do Seu Coração; São João Eudes (+1680), promotor do culto litúrgico ao Sagrado Coração; São Cláudio de la Colombière (+1682), São João Bosco (+1888) e outros santos têm sido apóstolos insignes da devoção ao Sagrado Coração.

171. As formas de devoção ao Coração do Salvador são muito numerosas; algumas têm sido explicitamente aprovadas e recomendadas pela Sé Apostólica. Entre elas devem ser lembradas: A Consagração pessoal, que, segundo Pio XI, “entre todas as práticas do culto ao Sagrado Coração é sem dúvida a principal”; a Consagração da família (...); as Ladainhas do Sagrado Coração de Jesus (...); o Ato de Reparação (...); a prática das Nove Primeiras Sextas-feiras (...).

É preciso, porém, que se instrua de maneira conveniente os fiéis: sobre o fato de que não se deve pôr nesta prática uma confiança que se converta em vã credulidade que, na ordem da salvação, anule as exigências absolutamente necessárias de Fé operante e do propósito de levar uma vida conforme ao Evangelho; sobre o valor absolutamente principal do domingo, a “festa primordial”, que deve caracterizar-se pela plena participação dos fiéis na celebração eucarística.

173. A piedade popular tende a identificar uma devoção com a sua representação iconográfica. Isto é algo normal, e tem sem dúvida elementos positivos, mas pode dar ensejo a certos inconvenientes: (...) imagens ás vezes adocicadas, inadequadas para manifestar o conteúdo teológico robusto, não favorecem a aproximação dos fiéis ao Mistério do Coração de Jesus. (...)


O Coração Imaculado de Maria

174. Ao dia seguinte à solenidade do Sagrado Coração de Jesus, a Igreja celebra a memória do Coração Imaculado de Maria. A contigüidade das duas celebrações já é, em si mesma, um sinal litúrgico do seu estreito vinculo: o mysterium do Coração do Salvador projeta-se e reflete-se no Coração da Mãe (...)




sexta-feira, 31 de maio de 2013

No coração da Jornada


Comprei o CD "No Coração da Jornada", e me surpreendi com várias músicas lindas e... litúrgicas! Teremos até latim!  \o/

Confio muito em Dom Orani e fiquei super feliz em saber que a Ziza Fernandes é a diretora musical dos Atos Centrais. Voltando ao CD, ele foi produzido pelo famoso e bem conceituado produtor musical Marco Mazzola. A escolha das músicas e músicos, dos arranjos... na minha opinião foram muito acertivas! A idéia era uma levada mais jovem (JMJ!!!) e contagiante. Creio que alcançaram o objetivo, pelo menos a mim... me alcançaram! =)

Dom Orani, Marco Mazzola, Olívia Ferreira, Eliana Ribeiro, Adriana Arydes, Leandro Souza, Pe. Omar, Pe. Reginaldo, Pe. Fábio (de clergyman!), Pe. Gleuson e Ir. Kelly Patrícia






Tenho ouvido bastante na Rádio Catedral (do Rio de Janeiro) a música Tantum Ergo Sacramentum, do Pe. Carlos Henrique (in memoriam). Lembrava-me apenas da Olívia cantando, e eu sempre me emocionando...  como essa moça canta, hein! Jesus!!! Voz linda demais, e como diriam os "rccistas": que unção! Mas nessa nova versão a música continua impactante... linda e com muita unção!!! É cantada pela Ir. Kelly Patrícia e pelos padres midiáticos Fábio de Melo, Gleuson, Reginaldo Manzotti, Juarez, Omar e Marcelo Rossi. Sério, está demais!!!!!! 

Aí vai a letra e o vídeo na versão da Olívia!



Vamos todos louvar juntos o mistério de amor, 
pois o preço deste mundo foi o sangue redentor,
recebido de Maria, que nos deu o Salvador. (2x)

Veio ao mundo por Maria, foi por nós que ele nasceu. 
Ensinou sua doutrina, com os homens conviveu.
No final de sua vida, um presente ele nos deu. (2x)

Observando a Lei Mosaica, se reuniu com os irmãos. 
Era noite. Despedida. Numa ceia: refeição.
Deu-se aos doze em alimento, pelas suas próprias mãos. (2x)

A Palavra do Deus vivo transformou o vinho e o pão
no seu sangue e no seu corpo, para a nossa salvação. 
O milagre nós não vemos, basta a fé no coração. (2x)

Tão sublime sacramento adoremos neste altar, 
pois o Antigo Testamento deu ao Novo seu lugar.
Venha a fé por suplemento os sentidos completar. (2x)

Ao Eterno Pai cantemos e a Jesus, o Salvador.
Ao Espírito exaltemos, na Trindade, eterno amor.
Ao Deus Uno e Trino demos a alegria do louvor. (2x)


Veja as músicas que estão no CD:
Homenagem ao Papa (Seja Bem-vindo)
Hino da JMJ Rio 2013 (Esperança do Amanhecer)
Ato pentencial (Kyrie Eleison)
Glória (Glória e aos homens toda paz, sua paz)
Aclamação ao Evangelho (Aleluia)
Ofertório (Ofertório JMJ)
Santo (Sanctus)
Cordeiro (Cordeiro de Deus)
Comunhão I (Tesouro Singelo)
Comunhão II (Tantum Ergo)
Final (Fino ai confini della terra – "Até os confins da terra”)
Maria (Mãe Aparecida)
A barca (Pescador de Homens)
Homenagem a São Sebastião (Jovens Abençoados)

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Resposta ao texto "MAU CAMINHO" do Amor Mariano

Registro aqui a resposta que escrevi sobre o texto intitulado "MAU CAMINHO" (sobre o Caminho Neocatecumenal), postado no site Amor Mariano, mas que não foi publicada pelo mesmo sei lá por quê (sic!):
Papa Bento XVI com o Pe. José, Kiko e Carmem

Caríssimos, a Paz!

Sou católica pela graça e amor de Deus, devota da Virgem Maria, serva obediente da hierarquia eclesial e apreciadora da Sagrada Tradição da Igreja. Mas da Tradição de fato, e não essa tradição usurpada pelos fariseus modernos. Sim, porque não entender ou pior, deturpar e manipular textos e citações, é coisa de fariseu moderno!

O Caminho Neocatecumenal não quer mudar a Igreja, menos ainda ser uma seita infiltrada (essa foi boa! rs). Se assim o fosse, já teria sido extirpado do seio da Santa Mãe Igreja! Mas ao contrário, busca ajudar os cristãos a retomar aquela fé no Amor de Deus que foi perdida do cristianismo primitivo e das Cruzadas, aquela fé que impulsionou a Igreja, que gerou grandes santos na Idade Média, aquela fé que anunciava a boa nova e que fazia com que os cristãos se tornassem mártires nas covas dos leões ou nas batalhas em defesa da fé! Nos dias de hoje é expressamente necessário retomarmos essa fé no Amor de Deus, porque o mundo, pasmem, já não é mais cristão!

Não serei hipócrita em dizer que no Caminho não tendem a ver a Igreja a partir de si, assim como as congregações e ordens tradicionais, o Amor Mariano inclusive, também o fazem. É normal e deve ser sempre corrigida esta tendência de alguns! Mas se não se apegarem apenas à liturgia como fazem em seus julgamentos e condenações aqui, perceberão que o BOM Caminho Neocatecumenal é uma belíssima proposta de vivência cristã!

A respeito da parte do texto sobre os juízos doutrinários... de fato, tem razão em denunciar a falsidade. No entanto, o Caminho também prega como falsos tais juízos. Quem diz o contrário, repito, são fariseus que manipulam e distorcem a verdade proclamada! Infelizmente, sabemos como eram e ainda hoje são as catequeses para primeira comunhão e crisma nas paróquias: fracas de conteúdo, base e conversão... A "metodologia" do Caminho consiste em um itinerário catequético (itinerário baseado no da Virgem Maria, pasmem²). Então não lemos uma frase e já concluímos o todo como vocês fizeram nesse texto. O todo só faz sentido com todas as frases, ou seja, no catecumenato só faz sentido com todas as etapas. E tirar o texto do contexto é coisa de protestante!

As apostilas (catequeses bíblicas e patrísticas, respaldadas pela sã doutrina da Igreja Católica) não são "secretas" (inclusive o então cardeal Joseph Hatzinger já as leu). Aliás, nada do Caminho é secreto! Todos são convidados a conhecer.

Acerca do Rito... ora, não sejamos desonestos intelectuais! Sabemos que ao longo da história existiram (e ainda existem) diversos ritos para os Santos Sacramentos, permitidos e aprovados pela Igreja. Concordo que ter um único rito também é uma forma de unidade. No entanto, não podemos engessar as coisas... se é um rito, ou seja, algo não inventado, mas dado e aprovado pelo Papa e pela Igreja... se a essência e intenção não divergem do legado trazido da Tradição, que não começou ou terminou em Pio V e Pio XII... Rá! Cadê a hierárquica obediência dos fariseus modernos?!

Ora, toda a família litúrgica tem virtudes e lacunas... um rito dá maior ênfase à Paixão, outro à Ressurreição e outro ainda à Pentecostes... quando o que celebramos na Santa Missa é o mistério Pascal de Cristo por inteiro: paixão, morte, ressurreição e dom do Espírito! Mas todos fazem o que Cristo ordenou. Então, por favor, não queiramos tomar para nós a liturgia, que pertence à Igreja. Mas sejamos obedientes e dóceis!

Na igreja temos muitos membros (carismas), uns diferentes dos outros, onde Cristo é a cabeça.... e isso é um tesouro maravilhoso! O que funciona para mim, não necessariamente funcionará para você... "Sh'má Israel, Adonai Eloheinu. Adonai Echad!" Deus é um, mas não está a mercê das leis. O Espírito sopra onde quer, não sabemos de onde Ele vem e nem para onde vai... Então participemos de tudo o que somos permitidos pelo Santo Padre serenamente, confiando na Providência Divina que guia a Igreja. =)

Talvez tenha deixado palavras demais aqui, mas não creio ter jogado pérolas aos porcos, porque na Igreja Católica somos UM!

In corde Jesu et Mariae.
PAX ET BONUM!


Santo Sacrifício do Altar na Eucaristia celebrada no Caminho

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Nossa Senhora da Estrada

24 de maio, dia de Nossa Senhora da Estrada

O culto a Nossa Senhora da Estrada chegou ao Brasil com os jesuítas.

Já desde os primeiros séculos, os cristãos pediam a proteção da Virgem Maria ao viajarem, pois ela conheceu de perto os perigos das estradas, ao fugir para o Egito, carregando seu filho Jesus nos braços e acompanhada do bom José. Naqueles tempos, viajar pelas estradas era uma aventura arriscada que podia custar a própria vida. A cada passo, uma dificuldade: deserto, mato fechado, pântanos, rios, feras selvagens, bandidos... Nossa Senhora, valei-me! 

A invocação a Nossa Senhora da Estrada teve início no começo do século XIII, na Itália. Um desconhecido colocou um quadro com a imagem de Maria e o menino Jesus, numa velha capelinha à beira da estrada que ligava Roma ao interior e o povo logo o chamou de Nossa Senhora da Estrada.

Os viajantes ficaram surpresos e felizes com aquele quadro e passaram a parar diante da capelinha para orar a Deus, pedindo a sua proteção da Virgem Maria. A divulgação do culto correu rápida alcançando toda a cristandade, do Ocidente e do Oriente. 

Muitas igrejas foram erigidas e colocadas sob a invocação de Nossa Senhora da Estrada, mas a mais antiga foi justamente aquela capelinha que hoje se encontra na Igreja del Gesù, em Roma, confiada pelo Papa Paulo III, em 1541, aos jesuítas. Ao lado desta capela, se instalou santo Inácio de Loyola; aqui ele orou e perto dela veio falecer.

"Pelas estradas da vida, nunca sozinho estás, contigo pelo caminho, Santa Maria vai..."

Ó doce Maria Nossa Mãe Celeste, sê guia dos nossos passos nas Estradas muitas vezes pedregosas de nossa vida, e quando esta chegar ao seu fim, sê para nós porta do céu e mostra-nos o fruto bendito de teu ventre, Jesus (Papa Pio XII).

Nossa Senhora da Estrada, cuidai com carinho de mãe de todos os viajantes. Amém!



quarta-feira, 22 de maio de 2013

Os cristãos no mundo

Da Carta a Diogneto, capítulos V e VI - Séc.II

Os cristãos não se diferenciam dos outros homens nem pela pátria nem pela língua nem por um gênero de vida especial. De fato, não moram em cidades próprias, nem usam linguagem peculiar, e a sua vida nada tem de extraordinário. A sua doutrina não procede da imaginação fantasista de espíritos exaltados, nem se apóia em qualquer teoria simplesmente humana, como tantas outras.

Moram em cidades gregas ou bárbaras, conforme as circunstâncias de cada um; seguem os costumes da terra, quer no modo de vestir, quer nos alimentos que tomam, quer em outros usos; mas o seu modo de viver é admirável e passa aos olhos de todos por um prodígio. Habitam em suas pátrias, mas como de passagem; têm tudo em comum como os outros cidadãos, mas tudo suportam como se não tivessem pátria. Todo país estrangeiro é sua pátria e toda pátria é para eles tera estrangeira. Casam-se como toda gente e criam seus filhos, mas não rejeitam os recém-nascidos. Têm em comum a mesa, não o leito.

São de carne, porém, não vivem segundo a carne. Moram na terra, mas sua cidade é no céu. Obedecem às leis estabelecidas, mas com seu gênero de vida superam as leis. Amam a todos e por todos são perseguidos. Condenam-nos sem os conhecerem; entregues à morte, dão a vida. São pobres, mas enriquecem a muitos; tudo lhes falta e vivem na abundância. São desprezados, mas no meio dos opróbrios enchem-se de glória; são caluniados, mas transparece o testemunho de sua justiça. Amaldiçoam-nos e eles abençoam. Sofrem afrontas e pagam com honras. Praticam o bem e são castigados como malfeitores; ao serem punidos, alegram-se como se lhes dessem a vida. Os judeus fazem-lhes guerra como a estrangeiros e os pagãos os perseguem; mas nenhum daqueles que os odeiam sabe dizer a causa do seu ódio.

Numa palavra: os cristãos são no mundo o que a alma é no corpo. A alma está em todos os membros do corpo; e os cristãos em todas as cidades do mundo. A alma habita no corpo, mas não provém do corpo; os cristãos estão no mundo, mas não são do mundo. A alma invisível é guardada num corpo visível; todos vêem os cristãos, pois habitam no mundo, contudo, sua piedade é invisível. A carne, sem ser provocada, odeia e combate a alma, só porque lhe impede o gozo dos prazeres; o mundo, sem ter razão para isso, odeia os cristãos precisamente porque se opõem a seus prazeres.

A alma ama o corpo e seus membros, mas o corpo odeia a alma; também os cristãos amam os que os odeiam. Na verdade, a alma está encerrada no corpo, mas é ela que contém o corpo; os cristãos encontram-se detidos no mundo como numa prisão, mas são eles que abraçam o mundo. A alma imortal habita numa tenda mortal; os cristãos vivem como peregrinos em moradas corruptíveis, esperando a incorruptibilidade dos céus. A alma aperfeiçoa-se com a mortificação na comida e na bebida; os cristãos, constantemente mortificados, vêem seu número crescer dia a dia. Deus os colocou em posição tão elevada que lhes é impossível desertar.

Leia mais em Veritatis Splendor.

Este texto nunca foi mencionado na antiguidade ou na Idade Média. Permaneceu longos séculos em silêncio, ignorado. Encontrado, casualmente, por Tomás de Arezzo, em Constantinopla, em 1436, junto a um punhado de manuscritos contendo 22 títulos de textos apologéticos. Cinco deles estavam catalogados sob o nome de Justino. Junto com o Discurso aos gregos, atribuído a Justino, estava outro manuscrito com os dizeres: "Do mesmo... a Diogneto".
Não se encontrou, até agora, nenhuma outra versão deste documento. Este manuscrito grego, único, percorreu, a partir de sua descoberta, longo caminho até se alojar na Biblioteca municipal de Estrarsburgo. Mas não teve sorte muito brilhante. Em 1592, Henricus Stephanus o editou com o nome de Carta a Diogneto. Por esta época, foram feitas algumas cópias para outros bibliotecas, o que salvou texto. De fato, um incêndio provocado pela artilharia, na guerra franco-prussiana, em agosto de 1870, destruiu a Biblioteca e seu acervo.



segunda-feira, 20 de maio de 2013

Papa Francisco e o possível caso de Opressão Diabólica

“Com o príncipe deste mundo não se pode dialogar: e isso está claro!” (Papa Francisco)

Neste último Domingo, dia 19/05/2013Papa Francisco ao final da missa de Pentecostes, foi abençoar alguns fiéis enfermos impondo lhes as mãos e traçando sobre alguns o sinal da Cruz.
Quando chegou em um determinado homem na qual se encontrava numa cadeira de rodas, e que estava sendo acompanhado por um padre. Este Padre diz alguma coisa ao Papa Francisco, que faz com que ele imponha suas mãos sobre aquele homem e reze pelo mesmo.
Por aqueles que estão um pouco mais acostumados com cenas de pessoas passando por um processo de Libertação, ou até mesmo de uma possessão diabólica, é possível notar características muito familiares com a mesma, vista no video.

O rapaz que antes estava sereno, passa a fazer sons estranhos, se contorce de uma maneira que não é muito comum, e tem uma expressão de ódio em seu rosto.
Claro, que mesmo assim não podemos afirmar que se trata de uma Opressão Diabólica ou se estamos a frente de um caso psicológico.
Para se ter uma plena certeza seria necessário tempo para uma avaliação e coisas do tipo…

Mas foi bonito ver a atitude do nosso Papa Francisco, imponde – lhe as mãos sem medo e rezando por ele. E se realmente fosse uma realidade espiritual que aquele homem estava vivendo, ele estava a frente da pessoa certa; nada mais que o representante de Cristo!
Vale a pena conferir o video!
E não esqueçamos que o demônio existe, que ele age e quer somente roubar, matar e destruir!



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Atualização em 22/05/2013

Hoje, pela manhã, porém, o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi, SJ, negou esta possibilidade. “O Santo Padre não pretendia realizar qualquer exorcismo”, disse. “Como ele frequentemente faz com os doentes e sofredores que estão em seu caminho, ele pretendia simplesmente rezar por uma pessoa que sofre e que fora trazida diante dele”, concluiu padre Lombardi.

Quem não concordou de maneira alguma com a declaração do porta-voz da Santa Sé foi ninguém mais ninguém menos que o famoso exorcista Gabriele Amorth, autor de inúmeros livros e autoridade indiscutível no assunto. Ele disse, durante uma participação num programa de rádio da Itália, que o gesto do Papa Bergoglio “foi um verdadeiro exorcismo e se o Pe. Lombardi o nega, ele claramente não entendeu nada”. “O que ele fez – explicou o exorcista – é qualificado como um exorcismo porque um exorcismo é também realizado ao colocar as mãos sobre a cabeça da pessoa e rezar, sem recorrer a exorcismos escritos”. Pe. Amorth identificou o rapaz por quem o Papa rezou, que o procurou e recebeu um “longo exorcismo”. O fiel, de 43 anos, é mexicano e, segundo o padre Gabriele Amorth, esta possessão “é uma vingança do demônio contra os bispos mexicanos, porque eles não se opuseram ao aborto como deveriam. O rapaz só será libertado se os bispos mexicanos fizerem penitência por não ter intervisto”.

Ler texto na íntegra em Ecclesia Una

Bote Fé Niterói, rumo à JMJ!

Visão panorâmica do evento na Praia de Icaraí


Shows
Jovens de toda a região chegando ao Bote Fé Niterói

Dom Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro (sede da JMJ)
Manifestações de fé e entusiasmo com a JMJ
Marinha do Brasil trazendo os sinais da JMJ

Os sinais já chegando na praia de Icaraí



A Cruz Peregrina e o Ícone da Virgem Maria chegam a Praia de Icaraí
Multidão aguardando os Sinais da JMJ

Início da Santa Missa

Dom José Francisco, arcebispo de Niterói



















Veja mais em:
Rio 2013 
Globo News
RJ TV 
G1 
Noticias UOL 
O Globo
O Fluminense

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Edito de Milão, 1700 anos!




O que este documento tem de importante e qual é a sua atualidade na sociedade de hoje? 
Crato, Maio de 2013 (Zenit.org)

Este ano é aniversário do famoso Edito de Milão com o qual o Imperador Constantino (306-337) reconhecia a liberdade de culto à religião cristã. Era o mês de fevereiro do 313. Passaram-se exatamente 1.700 anos.

O Card. Angelo Scola, no dia 6 de dezembro de 2012 abriu solenemente as celebrações dessa comemoração na catedral de Milão. 


Mas, o que este documento tem de importante e qual é a sua atualidade na sociedade de hoje? 


Precisamos começar um pouco distante no tempo. 

Jesus provavelmente morreu na Palestina no ano 30 que a partir do 64 a.C. estava sob o protetorado do Império Romano. Naquele ano o Governador (representante do Imperador) era Pôncio Pilatos (26-36), que assinou a sentença de morte de Jesus. 

Era costume romano que os Governadores enviassem a Roma um relatório oficial sobre os acontecimentos da região confiada aos seus cuidados. Desta tradição nos informa o primeiro historiador do cristianismo, Eusébio de Cesaréia (260-340), na sua História Eclesiástica: “Pilatos, segundo um antigo costume de que o governador das províncias transmitisse as novidades ocorridas nelas ao detentor do poder real, a fim de que este ficasse bem informado de tudo, comunicou ao imperador Tibério...” (II, 2, 1). 

Naqueles anos, o Imperador era Tibério (14-37). Pilatos enviou a Tibério um informe mostrando-se favorável aos Cristãos e falava também de Jesus, mas desta vez o elogiava e apresentava a Tibério a proposta de reconhecer a sua divindade. 

Esta carta é do ano 35. 

Justino (100-165) nos confirma em dois passos da sua I Apologia, depois de ter resumido a vida de Jesus: “Que tudo isso aconteceu assim, podeis comprová-los pelas Atas redigidas no tempo de Pôncio Pilatos” (I, 35, 9). Outro passo: “Que tudo isso foi feito por Cristo, vós o podeis comprovar pelas Atas redigidas no tempo de Pôncio Pilatos” (I, 48, 3). 

Também Tertuliano (cerca de 155 - cerca de 245) nos transmite esta notícia no Apologético (197 d. C.): “Pilatos, já cristão no seu coração, relatou a César, que então era Tibério, todos os fatos relativos ao Cristo” (21, 24). 

Então o reconhecimento da divindade do fundador de uma religião, condição indispensável para que o exercício deta religião fosse admitido no império, era responsabilidade do Senado de Roma. Tertuliano nos dá a notícia: “Existia um antigo decreto de acordo com o qual o comandante supremo não tinha nenhum direito de deificar uma pessoa sem a aprovação do Senado” (Apocalipse, 5, 1). 

Tibério enviou o relatório de Pilatos ao Senado mostrando o seu desejo de que Cristo fosse reconhecido como Deus. Aqui veio o conflito de competências. O Senado não gostou desta "pressão" do Imperador, e para defender a sua autonomia, recusou reconhecer em Cristo as prerrogativas da divindade. Portanto respondeu negativamente a Tibério. 

Este documento é do ano 35 d.C. e é conhecido na história como "Senatus Consultum". 

Desde então, a religião cristã foi considerada no império como “religio non licita”. 

É ainda Tertuliano que nos informa sobre isso: “ Tibério, quando informado da Síria-Palestina que lá embaixo se tinha revelado a divindade de Cristo, submeteu a questão ao Senado com voto favorável. O Senado, não tendo aprovado tais fatos, os rejeitou” (Ap, 5, 2). 

Eusébio nos apresenta assim os fatos: “Conta-se ter Tibério relatado a questão ao Senado, o qual, contudo, rejeitou a proposta… Uma antiga lei estabelecera que, entre os romanos, ninguém fosse divinizado, senão através de votos e decreto do Senado... O Senado romano rejeitou desta forma o projeto que lhe fora apresentado acerca de nosso Salvador” (H. E., II, 2, 2-3). (Para ver este documento. Marta Sordi, Império Romano e do cristianismo, Escritos Selecionados, Institutum Patristicum Agostinianum, Roma, 2006, p. 33-69). 

Pelo qual do 35 d. C. os cristãos não podiam professar oficialmente a sua religião em quanto não reconhecida pelo Senado. Esta situação durou até o 313. 

Não necessariamente os cristãos deveriam ser perseguidos. Isso dependia da mentalidade dos Imperadores e da conveniência política. 

Nos primeiros três séculos acontecem várias perseguições. 

O escritor Lactâncio (260-340, aproximadamente) em sua obra: A morte dos perseguidores (escrito logo após o 313) apresenta as perseguições mais ferozes e em territórios geográficos mais amplos, sob os seguintes imperadores: Nero (54-68), Domiciano ( 81-96), Décio (249-251), Valeriano (253-260), Aureliano (270-275), Diocleciano (284-305), Galério (305-311). 

Mas houveram outras em territórios mais delimitados durante os Imperadores: Trajano (98-117), Adriano (117-138), Antonino Pio (138-161), Marco Aurélio (161-180) Septímio Severo (193-211), Gallo (251-253).

Após a vitória sobre Maxêncio no Ponte Mílvio (Roma), em 312, Constantino mudou o estatuto jurídico dos cristãos, com o famoso Édito (fevereiro de 313).
Na verdade, este documento não foi assinado no Fevereiro de 313 em Milão. Após a vitória, Constantino e Licínio (308-323) fizeram acordos em Milão no mês de fevereiro, mas a assinatura e a publicação desses acordos acorteceram no dia 13 de junho de 313 na cidade de Nicomédia. Desta forma se abolia o documento do Senado do ano 35. 

O texto nos é trazido por Lactâncio (A morte dos perseguidores, cap. 48) e por Eusébio (História, X, 5, 2-14). 

Isto significou que o cristianismo não era mais passível de perseguição mas entrava com todos os direitos no Império Romano. 

Devido à sua importância transcrevo de Eusébio a parte mais importante: 

“Não se deve recusar a libertade da religião, mas é preciso deixar à razão e à vontade de cada um a faculdade de se ocupar das coisas divinas, conforme preferir... Resolvemos, em primeiro lugar e antes de tudo, dar ordens para assegurar o respeito e a honra à divindade, isto é, decidimos conceder aos cristãos e a todos a livre escolha de seguir a religião que quisessem... Declaramos nossa vontade de que a ninguém absolutamente se recuse a libertade de seguir e preferir a observância ou a religião dos cristãos e de que seja concedida a cada qual a liberdade de dar consciente adesão à religião que julgar melhor...Assim, após a supressão completa das cláusulas contidas a respeito dos cristãos, ficasse abolido o que se mostrasse inteiramente injusto e contrario à nossa brandura, e que agora, livre e simplezmente, cada un daqueles que tomaram a livre decisão de praticar a religião dos cristãos, possa observá-la sem nenhum impedimento”. 

Dá para imaginar a alegria dos cristãos por este Édito. Eusébio de Cesaréia escreveu uma Vida de Constantino elogiando muito mesmo esse Imperador. Além disso na Igreja do Oriente, Constantino é considerado um santo. 

Certamente mais do que por razões religiosas, Constantino agiu por razões políticas. É suficiente pensar que Constantino só decidiu ser batizado quando estava para morrer. 

Mas isso não diminui o grande mérito e intuição que ele teve ao reconhecer que já a realidade no Império tinha mudado, que já o cristianismo e a Igreja tinham uma função social e jurídica, pelo qual já era anacronístico continuar com a proibição do Senado. Constantino viu no Deus dos cristãos não um perigo para o Império, mas uma ajuda. Já a religião imperial mostrava-se insuficiente diante das novas problemáticas. Na religião cristã Constantino viu uma ajuda para garantir a estabilidade do Império e para salvar a civilização romana. 

Infelizmente, esse equilíbrio foi quebrado pelo seguinte Édito de Tessalônica do 27 de Fevereiro de 380, no qual a religião cristã foi reconhecida como a única e verdadeira religião a ser professar no Império: "Nós queremos que todos os povos permaneçam fieis àquela religião transmitida pelo divino apóstolo Pedro aos Romanos... Ordenamos que o nome dos Cristãos católicos abrace aqueles que seguem esta lei, enquanto os outros loucos e insanos... devem ser castigados” (Para este documento, e toda a legislação: o cristianismo nas leis da Roma Imperial, a c. Alberto Barzanň, ed. Pauline, Milão 1996; texto citado está em p. 228.).



Este Edito tem um signifaco epocal porque marca o começo da liberdade do homem moderno. O Estado reconhece a liberdade dos seus cidadãos de professar aquela religião que em consciência acreditam que seja a melhor.

Com Constantino o Estado se torna laico, no sentido mais verdadeiro do termo. Laico não significa indiferente ante a religião, ou pior, relegar a religião ao interior da consciência, mas reconhecer a dimensão espiritual do homem, que tem também implicações sociais, permitir a liberdade de culto sem interferências e limites. 

Neste sentido o Estado laico é um Estado crente no duplo sentido. 

Crente em Deus a quem deve prestar o culto devido segundo a virtude da justiça, que neste caso se transforma em virtude da religião. 

Crente no homem porque o Estado reconhece não somente a sua dimensão biológica e cívica, mas também aquela espiritual. Dessa forma evita-se um antropologismo redutivo e vem reconhecido um antropologismo transcendente. 

Bento XVI mais de uma vez falou de “laicidade positiva” 

“A ‘laicidade sadia’ exige que o Estado não considere a religião como um simples sentimento individual, que poderia ser confinado exclusivamente no âmbito particular. Pelo contrário a religião... deve ser reconhecida como presença comunitária pública... Não é um sinal de laicidade sadia a rejeição, à comunidade cristã e àqueles que legitimamente a representam, do direito de se pronunciar a respeito dos problemas morais que hoje interpelam a consciência de todos os seres humanos, de maneira particular dos legisladores. Não se trata de uma ingerência indevida por parte da Igreja na atividade legislativa, própria e exclusiva do Estado, mas sim da afirmação e da defesa dos grandes valores que dão sentido à vida da pessoa e salvaguardam a sua dignidade. Antes de ser cristãos, estes valores são humanos... Nesta nossa época há quem procure excluir Deus de todos os âmbitos da vida, apresentando-O como antagonista do homem... É nossa tarefa fazer compreender que a lei moral que Ele nos deu tem a finalidade não de nos oprimir, mas de nos libertar do mal e de nos fazer felizes. Trata-se de mostrar que sem Deus o homem está perdido, e que a exclusão da religião da vida social debilita os próprios fundamentos da convivência humana” (Bento XVI, discurso à União dos Juristas Católicos Italianos, 9 de dezembro de 2006.). 

E ainda: “Sem dúvida, esta ‘sã’ laicidade do Estado comporta que cada realidade temporal seja regida segundo normas próprias, que todavia não devem descuidar as instâncias éticas fundamentais, cujo fundamento se encontra na própria natureza do homem e que, precisamente por este motivo, remetem em última análise para o Criador” (ao Embaixador, Discurso da República de São Marino, 13 de novembro de 2008). 

Esta "sã laicidade do Estado" não é um resultado do Concílio mas faz parte do Magistério constante da Igreja. Já Pio XII no discurso do 23 de março de 1958, se expressava: “A legítima sã laicidade do Estado é um dos princípios da doutrina católica”. Assim, um Estado laico é aquele que não impede a busca do sentido da própria vida de cada pessoa e que garante que os direitos humanos fundamentais sejam respeitados e protegidos. 

A autêntica laicidade não coíbe, mas postula uma sã colaboração entre o Estado e a Igreja, dado que ambos, embora diversamente, estão ao serviço da vocação pessoal e social das mesmas pessoas humanas. 

Estas reflexões do Papa Bento XVI também são compartilhadas por outras pessoas capazes de refletir. Um destes é o escritor Fiódor Dostoiévski (1821-1881). Ele meditou no slogam: "Como se Deus não existisse". E concluiu que esta expressão é a desgraça da sociedade moderna e não só está cheia de agnosticismo, mas também privada de toda moralidade. Pungentemente escreveu: "Se Deus não existe, qual crime pode existir?" (Os Irmãos Karamazov, Livro VI, cap. 3) "Uma vez que a humanidade tenha negado a Deus... o homem se exaltará com um espírito divino, de orgulho titânico, e aparecerá como homem-Deus... Se Deus não existe, tudo é permitido"( Idem, Livro XI, cap. 9.). 

O Estado vai por água abaixo. Tornando-se tudo lícito não existe mais o delito. Toda ação, também a mais negativa, obtém livre cidadania. Diante disso o Estado é impotente; tirando Deus e não reconhecendo a liberdade religiosa, está fadado à morte. 

A outra grande personalidade é Victor E. Frankl (1905-1997), fundador da Terceira Escola de psicoterapia de Viena, a Logoterapia. Ele fundou a sua teoria sobre a busca do ‘sentido da vida’. Individualizou a realização da pessoa quando esta encontrou o sentido da sua vida; diz que quando a vida não tem mais significado, vem o desespero, a degradação e o ser humano é capaz de qualquer coisa quando se forma o ‘nada’; sucessivamente ao sentido da vida vem o ‘tédio’ do viver. Vê no niilismo o grande inimigo: “Confundir a dignidade do ser humano com mera utilidade surge de uma confusão conceptual que pode ser attribuída em suas origens ao niilismo contemporâneo... O niilismo não afirma que não existe nada, mas afirma que tudo é desprovisto do sentido” (Victor E. Frankl, Em Busca de SENTIDO, Ed. Vozes, Petrópolis, 2008, p. 173.). 

Daqui se deduz que a visão da vida apresentada pela Igreja não tem diretamente fundamento cristão, mas é uma exigência enraizada na natureza mesma do homem, compartilhada por pessoas de outras religiões.

A grande abertura intelectual do Edito de Milão nem sempre tem sido respeitada nestes 1700 anos. A história passada e recente, infelizmente o demonstra.

O Concílio tratou o argumento da liberdade religiosa e dedicou-lhe a Declaração ‘Sobre a Liberdade Religiosa’ (Dignitatis Humanae ", 7 de dezembro de 1965). 

Entre estes dois documentos há uma grande diferença. 

Constantino ao dar a liberdade ao cristianismo, pensou em fazer uma ‘benigna concessão’. 

O Concílio pelo contrário sustenta que o fundamento desta liberdade reside na natureza mesma da pessoa humana. Eis a frase mais significativa: “O direito à liberdade religiosa não se funda, pois, na disposição subjetiva da pessoa, mas na sua própria natureza (n. 2)... A verdade deve ser buscada pelo modo que convém à dignidade da pessoa humana... É injustiça contra a pessoa humana e contrária à própria ordem estabelecida por Deus, negar ao homem o livre exercício da religião na sociedade” (n. 3). 

Portanto, os Estados devem respeitar a liberdade de consciência dos seus cidadãos e não promulgar leis contrárias aos princípios da ética natural. Os Estados devem respeitar os elementos ontológicos que estão na base da pessoa humana. 

O princípio de laicidade do Estado não é outra coisa a não ser o reconhecimento de um limite intransponível do poder político sobre a pessoa humana. 

Quando o Estado não respeita isso, se transforma em um déspota e tirano, embora continue a vangloriar-se falsamente do nome de democracia.


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Papa Francisco e o patriarca ecumênico Bartolomeu I











Mensagem do papa por ocasião dos 1700 anos do Edito de Milão 

O patriarca ecumênico Bartolomeu I está de visita a Milão por ocasião das comemorações 


Roma, 16 de Maio de 2013 (Zenit.org)


O patriarca ecumênico Bartolomeu I está de visita a Milão por ocasião das comemorações do décimo sétimo centenário do Edito de Milão, assinado por Constantino e Licínio, imperadores romanos do Ocidente e do Oriente, no ano de 313. O documento concedeu a liberdade de culto em todo o Império Romano e pôs fim às perseguições religiosas.

Devido à visita do patriarca, o papa Francisco enviou na tarde de ontem, através do cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado, uma mensagem ao cardeal Angelo Scola, arcebispo de Milão, em que apresenta "saudações fraternais a Sua Santidade Bartolomeu I. [O papa Francisco] dedica pensamentos de boas vindas aos outros ilustres convidados que se reuniram para esta feliz ocasião e parabeniza a amada Igreja ambrosiana, juntamente com as autoridades civis e toda a cidade de Milão, pelo destaque dado à memória da histórica decisão, que, decretando a liberdade religiosa para os cristãos, abriu novos caminhos para o Evangelho e contribuiu significativamente para o nascimento da civilização europeia". 

“O papa Francesco”, prossegue o texto, “faz votos de que hoje, como então, o testemunho comum dos cristãos do Oriente e do Ocidente, apoiados pelo Espírito do Ressuscitado, contribua para espalhar a mensagem da salvação pela Europa e pelo mundo inteiro, e que, graças à visão magnânima das autoridades civis, seja respeitado em todos os lugares o direito à expressão pública da fé de cada um e seja acolhida sem preconceitos a contribuição que o cristianismo continua a oferecer à cultura e à sociedade do nosso tempo".


Fonte: Zenit