sexta-feira, 31 de maio de 2013

No coração da Jornada


Comprei o CD "No Coração da Jornada", e me surpreendi com várias músicas lindas e... litúrgicas! Teremos até latim!  \o/

Confio muito em Dom Orani e fiquei super feliz em saber que a Ziza Fernandes é a diretora musical dos Atos Centrais. Voltando ao CD, ele foi produzido pelo famoso e bem conceituado produtor musical Marco Mazzola. A escolha das músicas e músicos, dos arranjos... na minha opinião foram muito acertivas! A idéia era uma levada mais jovem (JMJ!!!) e contagiante. Creio que alcançaram o objetivo, pelo menos a mim... me alcançaram! =)

Dom Orani, Marco Mazzola, Olívia Ferreira, Eliana Ribeiro, Adriana Arydes, Leandro Souza, Pe. Omar, Pe. Reginaldo, Pe. Fábio (de clergyman!), Pe. Gleuson e Ir. Kelly Patrícia






Tenho ouvido bastante na Rádio Catedral (do Rio de Janeiro) a música Tantum Ergo Sacramentum, do Pe. Carlos Henrique (in memoriam). Lembrava-me apenas da Olívia cantando, e eu sempre me emocionando...  como essa moça canta, hein! Jesus!!! Voz linda demais, e como diriam os "rccistas": que unção! Mas nessa nova versão a música continua impactante... linda e com muita unção!!! É cantada pela Ir. Kelly Patrícia e pelos padres midiáticos Fábio de Melo, Gleuson, Reginaldo Manzotti, Juarez, Omar e Marcelo Rossi. Sério, está demais!!!!!! 

Aí vai a letra e o vídeo na versão da Olívia!



Vamos todos louvar juntos o mistério de amor, 
pois o preço deste mundo foi o sangue redentor,
recebido de Maria, que nos deu o Salvador. (2x)

Veio ao mundo por Maria, foi por nós que ele nasceu. 
Ensinou sua doutrina, com os homens conviveu.
No final de sua vida, um presente ele nos deu. (2x)

Observando a Lei Mosaica, se reuniu com os irmãos. 
Era noite. Despedida. Numa ceia: refeição.
Deu-se aos doze em alimento, pelas suas próprias mãos. (2x)

A Palavra do Deus vivo transformou o vinho e o pão
no seu sangue e no seu corpo, para a nossa salvação. 
O milagre nós não vemos, basta a fé no coração. (2x)

Tão sublime sacramento adoremos neste altar, 
pois o Antigo Testamento deu ao Novo seu lugar.
Venha a fé por suplemento os sentidos completar. (2x)

Ao Eterno Pai cantemos e a Jesus, o Salvador.
Ao Espírito exaltemos, na Trindade, eterno amor.
Ao Deus Uno e Trino demos a alegria do louvor. (2x)


Veja as músicas que estão no CD:
Homenagem ao Papa (Seja Bem-vindo)
Hino da JMJ Rio 2013 (Esperança do Amanhecer)
Ato pentencial (Kyrie Eleison)
Glória (Glória e aos homens toda paz, sua paz)
Aclamação ao Evangelho (Aleluia)
Ofertório (Ofertório JMJ)
Santo (Sanctus)
Cordeiro (Cordeiro de Deus)
Comunhão I (Tesouro Singelo)
Comunhão II (Tantum Ergo)
Final (Fino ai confini della terra – "Até os confins da terra”)
Maria (Mãe Aparecida)
A barca (Pescador de Homens)
Homenagem a São Sebastião (Jovens Abençoados)

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Resposta ao texto "MAU CAMINHO" do Amor Mariano

Registro aqui a resposta que escrevi sobre o texto intitulado "MAU CAMINHO" (sobre o Caminho Neocatecumenal), postado no site Amor Mariano, mas que não foi publicada pelo mesmo sei lá por quê (sic!):
Papa Bento XVI com o Pe. José, Kiko e Carmem

Caríssimos, a Paz!

Sou católica pela graça e amor de Deus, devota da Virgem Maria, serva obediente da hierarquia eclesial e apreciadora da Sagrada Tradição da Igreja. Mas da Tradição de fato, e não essa tradição usurpada pelos fariseus modernos. Sim, porque não entender ou pior, deturpar e manipular textos e citações, é coisa de fariseu moderno!

O Caminho Neocatecumenal não quer mudar a Igreja, menos ainda ser uma seita infiltrada (essa foi boa! rs). Se assim o fosse, já teria sido extirpado do seio da Santa Mãe Igreja! Mas ao contrário, busca ajudar os cristãos a retomar aquela fé no Amor de Deus que foi perdida do cristianismo primitivo e das Cruzadas, aquela fé que impulsionou a Igreja, que gerou grandes santos na Idade Média, aquela fé que anunciava a boa nova e que fazia com que os cristãos se tornassem mártires nas covas dos leões ou nas batalhas em defesa da fé! Nos dias de hoje é expressamente necessário retomarmos essa fé no Amor de Deus, porque o mundo, pasmem, já não é mais cristão!

Não serei hipócrita em dizer que no Caminho não tendem a ver a Igreja a partir de si, assim como as congregações e ordens tradicionais, o Amor Mariano inclusive, também o fazem. É normal e deve ser sempre corrigida esta tendência de alguns! Mas se não se apegarem apenas à liturgia como fazem em seus julgamentos e condenações aqui, perceberão que o BOM Caminho Neocatecumenal é uma belíssima proposta de vivência cristã!

A respeito da parte do texto sobre os juízos doutrinários... de fato, tem razão em denunciar a falsidade. No entanto, o Caminho também prega como falsos tais juízos. Quem diz o contrário, repito, são fariseus que manipulam e distorcem a verdade proclamada! Infelizmente, sabemos como eram e ainda hoje são as catequeses para primeira comunhão e crisma nas paróquias: fracas de conteúdo, base e conversão... A "metodologia" do Caminho consiste em um itinerário catequético (itinerário baseado no da Virgem Maria, pasmem²). Então não lemos uma frase e já concluímos o todo como vocês fizeram nesse texto. O todo só faz sentido com todas as frases, ou seja, no catecumenato só faz sentido com todas as etapas. E tirar o texto do contexto é coisa de protestante!

As apostilas (catequeses bíblicas e patrísticas, respaldadas pela sã doutrina da Igreja Católica) não são "secretas" (inclusive o então cardeal Joseph Hatzinger já as leu). Aliás, nada do Caminho é secreto! Todos são convidados a conhecer.

Acerca do Rito... ora, não sejamos desonestos intelectuais! Sabemos que ao longo da história existiram (e ainda existem) diversos ritos para os Santos Sacramentos, permitidos e aprovados pela Igreja. Concordo que ter um único rito também é uma forma de unidade. No entanto, não podemos engessar as coisas... se é um rito, ou seja, algo não inventado, mas dado e aprovado pelo Papa e pela Igreja... se a essência e intenção não divergem do legado trazido da Tradição, que não começou ou terminou em Pio V e Pio XII... Rá! Cadê a hierárquica obediência dos fariseus modernos?!

Ora, toda a família litúrgica tem virtudes e lacunas... um rito dá maior ênfase à Paixão, outro à Ressurreição e outro ainda à Pentecostes... quando o que celebramos na Santa Missa é o mistério Pascal de Cristo por inteiro: paixão, morte, ressurreição e dom do Espírito! Mas todos fazem o que Cristo ordenou. Então, por favor, não queiramos tomar para nós a liturgia, que pertence à Igreja. Mas sejamos obedientes e dóceis!

Na igreja temos muitos membros (carismas), uns diferentes dos outros, onde Cristo é a cabeça.... e isso é um tesouro maravilhoso! O que funciona para mim, não necessariamente funcionará para você... "Sh'má Israel, Adonai Eloheinu. Adonai Echad!" Deus é um, mas não está a mercê das leis. O Espírito sopra onde quer, não sabemos de onde Ele vem e nem para onde vai... Então participemos de tudo o que somos permitidos pelo Santo Padre serenamente, confiando na Providência Divina que guia a Igreja. =)

Talvez tenha deixado palavras demais aqui, mas não creio ter jogado pérolas aos porcos, porque na Igreja Católica somos UM!

In corde Jesu et Mariae.
PAX ET BONUM!


Santo Sacrifício do Altar na Eucaristia celebrada no Caminho

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Nossa Senhora da Estrada

24 de maio, dia de Nossa Senhora da Estrada

O culto a Nossa Senhora da Estrada chegou ao Brasil com os jesuítas.

Já desde os primeiros séculos, os cristãos pediam a proteção da Virgem Maria ao viajarem, pois ela conheceu de perto os perigos das estradas, ao fugir para o Egito, carregando seu filho Jesus nos braços e acompanhada do bom José. Naqueles tempos, viajar pelas estradas era uma aventura arriscada que podia custar a própria vida. A cada passo, uma dificuldade: deserto, mato fechado, pântanos, rios, feras selvagens, bandidos... Nossa Senhora, valei-me! 

A invocação a Nossa Senhora da Estrada teve início no começo do século XIII, na Itália. Um desconhecido colocou um quadro com a imagem de Maria e o menino Jesus, numa velha capelinha à beira da estrada que ligava Roma ao interior e o povo logo o chamou de Nossa Senhora da Estrada.

Os viajantes ficaram surpresos e felizes com aquele quadro e passaram a parar diante da capelinha para orar a Deus, pedindo a sua proteção da Virgem Maria. A divulgação do culto correu rápida alcançando toda a cristandade, do Ocidente e do Oriente. 

Muitas igrejas foram erigidas e colocadas sob a invocação de Nossa Senhora da Estrada, mas a mais antiga foi justamente aquela capelinha que hoje se encontra na Igreja del Gesù, em Roma, confiada pelo Papa Paulo III, em 1541, aos jesuítas. Ao lado desta capela, se instalou santo Inácio de Loyola; aqui ele orou e perto dela veio falecer.

"Pelas estradas da vida, nunca sozinho estás, contigo pelo caminho, Santa Maria vai..."

Ó doce Maria Nossa Mãe Celeste, sê guia dos nossos passos nas Estradas muitas vezes pedregosas de nossa vida, e quando esta chegar ao seu fim, sê para nós porta do céu e mostra-nos o fruto bendito de teu ventre, Jesus (Papa Pio XII).

Nossa Senhora da Estrada, cuidai com carinho de mãe de todos os viajantes. Amém!



quarta-feira, 22 de maio de 2013

Os cristãos no mundo

Da Carta a Diogneto, capítulos V e VI - Séc.II

Os cristãos não se diferenciam dos outros homens nem pela pátria nem pela língua nem por um gênero de vida especial. De fato, não moram em cidades próprias, nem usam linguagem peculiar, e a sua vida nada tem de extraordinário. A sua doutrina não procede da imaginação fantasista de espíritos exaltados, nem se apóia em qualquer teoria simplesmente humana, como tantas outras.

Moram em cidades gregas ou bárbaras, conforme as circunstâncias de cada um; seguem os costumes da terra, quer no modo de vestir, quer nos alimentos que tomam, quer em outros usos; mas o seu modo de viver é admirável e passa aos olhos de todos por um prodígio. Habitam em suas pátrias, mas como de passagem; têm tudo em comum como os outros cidadãos, mas tudo suportam como se não tivessem pátria. Todo país estrangeiro é sua pátria e toda pátria é para eles tera estrangeira. Casam-se como toda gente e criam seus filhos, mas não rejeitam os recém-nascidos. Têm em comum a mesa, não o leito.

São de carne, porém, não vivem segundo a carne. Moram na terra, mas sua cidade é no céu. Obedecem às leis estabelecidas, mas com seu gênero de vida superam as leis. Amam a todos e por todos são perseguidos. Condenam-nos sem os conhecerem; entregues à morte, dão a vida. São pobres, mas enriquecem a muitos; tudo lhes falta e vivem na abundância. São desprezados, mas no meio dos opróbrios enchem-se de glória; são caluniados, mas transparece o testemunho de sua justiça. Amaldiçoam-nos e eles abençoam. Sofrem afrontas e pagam com honras. Praticam o bem e são castigados como malfeitores; ao serem punidos, alegram-se como se lhes dessem a vida. Os judeus fazem-lhes guerra como a estrangeiros e os pagãos os perseguem; mas nenhum daqueles que os odeiam sabe dizer a causa do seu ódio.

Numa palavra: os cristãos são no mundo o que a alma é no corpo. A alma está em todos os membros do corpo; e os cristãos em todas as cidades do mundo. A alma habita no corpo, mas não provém do corpo; os cristãos estão no mundo, mas não são do mundo. A alma invisível é guardada num corpo visível; todos vêem os cristãos, pois habitam no mundo, contudo, sua piedade é invisível. A carne, sem ser provocada, odeia e combate a alma, só porque lhe impede o gozo dos prazeres; o mundo, sem ter razão para isso, odeia os cristãos precisamente porque se opõem a seus prazeres.

A alma ama o corpo e seus membros, mas o corpo odeia a alma; também os cristãos amam os que os odeiam. Na verdade, a alma está encerrada no corpo, mas é ela que contém o corpo; os cristãos encontram-se detidos no mundo como numa prisão, mas são eles que abraçam o mundo. A alma imortal habita numa tenda mortal; os cristãos vivem como peregrinos em moradas corruptíveis, esperando a incorruptibilidade dos céus. A alma aperfeiçoa-se com a mortificação na comida e na bebida; os cristãos, constantemente mortificados, vêem seu número crescer dia a dia. Deus os colocou em posição tão elevada que lhes é impossível desertar.

Leia mais em Veritatis Splendor.

Este texto nunca foi mencionado na antiguidade ou na Idade Média. Permaneceu longos séculos em silêncio, ignorado. Encontrado, casualmente, por Tomás de Arezzo, em Constantinopla, em 1436, junto a um punhado de manuscritos contendo 22 títulos de textos apologéticos. Cinco deles estavam catalogados sob o nome de Justino. Junto com o Discurso aos gregos, atribuído a Justino, estava outro manuscrito com os dizeres: "Do mesmo... a Diogneto".
Não se encontrou, até agora, nenhuma outra versão deste documento. Este manuscrito grego, único, percorreu, a partir de sua descoberta, longo caminho até se alojar na Biblioteca municipal de Estrarsburgo. Mas não teve sorte muito brilhante. Em 1592, Henricus Stephanus o editou com o nome de Carta a Diogneto. Por esta época, foram feitas algumas cópias para outros bibliotecas, o que salvou texto. De fato, um incêndio provocado pela artilharia, na guerra franco-prussiana, em agosto de 1870, destruiu a Biblioteca e seu acervo.



segunda-feira, 20 de maio de 2013

Papa Francisco e o possível caso de Opressão Diabólica

“Com o príncipe deste mundo não se pode dialogar: e isso está claro!” (Papa Francisco)

Neste último Domingo, dia 19/05/2013Papa Francisco ao final da missa de Pentecostes, foi abençoar alguns fiéis enfermos impondo lhes as mãos e traçando sobre alguns o sinal da Cruz.
Quando chegou em um determinado homem na qual se encontrava numa cadeira de rodas, e que estava sendo acompanhado por um padre. Este Padre diz alguma coisa ao Papa Francisco, que faz com que ele imponha suas mãos sobre aquele homem e reze pelo mesmo.
Por aqueles que estão um pouco mais acostumados com cenas de pessoas passando por um processo de Libertação, ou até mesmo de uma possessão diabólica, é possível notar características muito familiares com a mesma, vista no video.

O rapaz que antes estava sereno, passa a fazer sons estranhos, se contorce de uma maneira que não é muito comum, e tem uma expressão de ódio em seu rosto.
Claro, que mesmo assim não podemos afirmar que se trata de uma Opressão Diabólica ou se estamos a frente de um caso psicológico.
Para se ter uma plena certeza seria necessário tempo para uma avaliação e coisas do tipo…

Mas foi bonito ver a atitude do nosso Papa Francisco, imponde – lhe as mãos sem medo e rezando por ele. E se realmente fosse uma realidade espiritual que aquele homem estava vivendo, ele estava a frente da pessoa certa; nada mais que o representante de Cristo!
Vale a pena conferir o video!
E não esqueçamos que o demônio existe, que ele age e quer somente roubar, matar e destruir!



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Atualização em 22/05/2013

Hoje, pela manhã, porém, o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi, SJ, negou esta possibilidade. “O Santo Padre não pretendia realizar qualquer exorcismo”, disse. “Como ele frequentemente faz com os doentes e sofredores que estão em seu caminho, ele pretendia simplesmente rezar por uma pessoa que sofre e que fora trazida diante dele”, concluiu padre Lombardi.

Quem não concordou de maneira alguma com a declaração do porta-voz da Santa Sé foi ninguém mais ninguém menos que o famoso exorcista Gabriele Amorth, autor de inúmeros livros e autoridade indiscutível no assunto. Ele disse, durante uma participação num programa de rádio da Itália, que o gesto do Papa Bergoglio “foi um verdadeiro exorcismo e se o Pe. Lombardi o nega, ele claramente não entendeu nada”. “O que ele fez – explicou o exorcista – é qualificado como um exorcismo porque um exorcismo é também realizado ao colocar as mãos sobre a cabeça da pessoa e rezar, sem recorrer a exorcismos escritos”. Pe. Amorth identificou o rapaz por quem o Papa rezou, que o procurou e recebeu um “longo exorcismo”. O fiel, de 43 anos, é mexicano e, segundo o padre Gabriele Amorth, esta possessão “é uma vingança do demônio contra os bispos mexicanos, porque eles não se opuseram ao aborto como deveriam. O rapaz só será libertado se os bispos mexicanos fizerem penitência por não ter intervisto”.

Ler texto na íntegra em Ecclesia Una

Bote Fé Niterói, rumo à JMJ!

Visão panorâmica do evento na Praia de Icaraí


Shows
Jovens de toda a região chegando ao Bote Fé Niterói

Dom Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro (sede da JMJ)
Manifestações de fé e entusiasmo com a JMJ
Marinha do Brasil trazendo os sinais da JMJ

Os sinais já chegando na praia de Icaraí



A Cruz Peregrina e o Ícone da Virgem Maria chegam a Praia de Icaraí
Multidão aguardando os Sinais da JMJ

Início da Santa Missa

Dom José Francisco, arcebispo de Niterói



















Veja mais em:
Rio 2013 
Globo News
RJ TV 
G1 
Noticias UOL 
O Globo
O Fluminense

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Edito de Milão, 1700 anos!




O que este documento tem de importante e qual é a sua atualidade na sociedade de hoje? 
Crato, Maio de 2013 (Zenit.org)

Este ano é aniversário do famoso Edito de Milão com o qual o Imperador Constantino (306-337) reconhecia a liberdade de culto à religião cristã. Era o mês de fevereiro do 313. Passaram-se exatamente 1.700 anos.

O Card. Angelo Scola, no dia 6 de dezembro de 2012 abriu solenemente as celebrações dessa comemoração na catedral de Milão. 


Mas, o que este documento tem de importante e qual é a sua atualidade na sociedade de hoje? 


Precisamos começar um pouco distante no tempo. 

Jesus provavelmente morreu na Palestina no ano 30 que a partir do 64 a.C. estava sob o protetorado do Império Romano. Naquele ano o Governador (representante do Imperador) era Pôncio Pilatos (26-36), que assinou a sentença de morte de Jesus. 

Era costume romano que os Governadores enviassem a Roma um relatório oficial sobre os acontecimentos da região confiada aos seus cuidados. Desta tradição nos informa o primeiro historiador do cristianismo, Eusébio de Cesaréia (260-340), na sua História Eclesiástica: “Pilatos, segundo um antigo costume de que o governador das províncias transmitisse as novidades ocorridas nelas ao detentor do poder real, a fim de que este ficasse bem informado de tudo, comunicou ao imperador Tibério...” (II, 2, 1). 

Naqueles anos, o Imperador era Tibério (14-37). Pilatos enviou a Tibério um informe mostrando-se favorável aos Cristãos e falava também de Jesus, mas desta vez o elogiava e apresentava a Tibério a proposta de reconhecer a sua divindade. 

Esta carta é do ano 35. 

Justino (100-165) nos confirma em dois passos da sua I Apologia, depois de ter resumido a vida de Jesus: “Que tudo isso aconteceu assim, podeis comprová-los pelas Atas redigidas no tempo de Pôncio Pilatos” (I, 35, 9). Outro passo: “Que tudo isso foi feito por Cristo, vós o podeis comprovar pelas Atas redigidas no tempo de Pôncio Pilatos” (I, 48, 3). 

Também Tertuliano (cerca de 155 - cerca de 245) nos transmite esta notícia no Apologético (197 d. C.): “Pilatos, já cristão no seu coração, relatou a César, que então era Tibério, todos os fatos relativos ao Cristo” (21, 24). 

Então o reconhecimento da divindade do fundador de uma religião, condição indispensável para que o exercício deta religião fosse admitido no império, era responsabilidade do Senado de Roma. Tertuliano nos dá a notícia: “Existia um antigo decreto de acordo com o qual o comandante supremo não tinha nenhum direito de deificar uma pessoa sem a aprovação do Senado” (Apocalipse, 5, 1). 

Tibério enviou o relatório de Pilatos ao Senado mostrando o seu desejo de que Cristo fosse reconhecido como Deus. Aqui veio o conflito de competências. O Senado não gostou desta "pressão" do Imperador, e para defender a sua autonomia, recusou reconhecer em Cristo as prerrogativas da divindade. Portanto respondeu negativamente a Tibério. 

Este documento é do ano 35 d.C. e é conhecido na história como "Senatus Consultum". 

Desde então, a religião cristã foi considerada no império como “religio non licita”. 

É ainda Tertuliano que nos informa sobre isso: “ Tibério, quando informado da Síria-Palestina que lá embaixo se tinha revelado a divindade de Cristo, submeteu a questão ao Senado com voto favorável. O Senado, não tendo aprovado tais fatos, os rejeitou” (Ap, 5, 2). 

Eusébio nos apresenta assim os fatos: “Conta-se ter Tibério relatado a questão ao Senado, o qual, contudo, rejeitou a proposta… Uma antiga lei estabelecera que, entre os romanos, ninguém fosse divinizado, senão através de votos e decreto do Senado... O Senado romano rejeitou desta forma o projeto que lhe fora apresentado acerca de nosso Salvador” (H. E., II, 2, 2-3). (Para ver este documento. Marta Sordi, Império Romano e do cristianismo, Escritos Selecionados, Institutum Patristicum Agostinianum, Roma, 2006, p. 33-69). 

Pelo qual do 35 d. C. os cristãos não podiam professar oficialmente a sua religião em quanto não reconhecida pelo Senado. Esta situação durou até o 313. 

Não necessariamente os cristãos deveriam ser perseguidos. Isso dependia da mentalidade dos Imperadores e da conveniência política. 

Nos primeiros três séculos acontecem várias perseguições. 

O escritor Lactâncio (260-340, aproximadamente) em sua obra: A morte dos perseguidores (escrito logo após o 313) apresenta as perseguições mais ferozes e em territórios geográficos mais amplos, sob os seguintes imperadores: Nero (54-68), Domiciano ( 81-96), Décio (249-251), Valeriano (253-260), Aureliano (270-275), Diocleciano (284-305), Galério (305-311). 

Mas houveram outras em territórios mais delimitados durante os Imperadores: Trajano (98-117), Adriano (117-138), Antonino Pio (138-161), Marco Aurélio (161-180) Septímio Severo (193-211), Gallo (251-253).

Após a vitória sobre Maxêncio no Ponte Mílvio (Roma), em 312, Constantino mudou o estatuto jurídico dos cristãos, com o famoso Édito (fevereiro de 313).
Na verdade, este documento não foi assinado no Fevereiro de 313 em Milão. Após a vitória, Constantino e Licínio (308-323) fizeram acordos em Milão no mês de fevereiro, mas a assinatura e a publicação desses acordos acorteceram no dia 13 de junho de 313 na cidade de Nicomédia. Desta forma se abolia o documento do Senado do ano 35. 

O texto nos é trazido por Lactâncio (A morte dos perseguidores, cap. 48) e por Eusébio (História, X, 5, 2-14). 

Isto significou que o cristianismo não era mais passível de perseguição mas entrava com todos os direitos no Império Romano. 

Devido à sua importância transcrevo de Eusébio a parte mais importante: 

“Não se deve recusar a libertade da religião, mas é preciso deixar à razão e à vontade de cada um a faculdade de se ocupar das coisas divinas, conforme preferir... Resolvemos, em primeiro lugar e antes de tudo, dar ordens para assegurar o respeito e a honra à divindade, isto é, decidimos conceder aos cristãos e a todos a livre escolha de seguir a religião que quisessem... Declaramos nossa vontade de que a ninguém absolutamente se recuse a libertade de seguir e preferir a observância ou a religião dos cristãos e de que seja concedida a cada qual a liberdade de dar consciente adesão à religião que julgar melhor...Assim, após a supressão completa das cláusulas contidas a respeito dos cristãos, ficasse abolido o que se mostrasse inteiramente injusto e contrario à nossa brandura, e que agora, livre e simplezmente, cada un daqueles que tomaram a livre decisão de praticar a religião dos cristãos, possa observá-la sem nenhum impedimento”. 

Dá para imaginar a alegria dos cristãos por este Édito. Eusébio de Cesaréia escreveu uma Vida de Constantino elogiando muito mesmo esse Imperador. Além disso na Igreja do Oriente, Constantino é considerado um santo. 

Certamente mais do que por razões religiosas, Constantino agiu por razões políticas. É suficiente pensar que Constantino só decidiu ser batizado quando estava para morrer. 

Mas isso não diminui o grande mérito e intuição que ele teve ao reconhecer que já a realidade no Império tinha mudado, que já o cristianismo e a Igreja tinham uma função social e jurídica, pelo qual já era anacronístico continuar com a proibição do Senado. Constantino viu no Deus dos cristãos não um perigo para o Império, mas uma ajuda. Já a religião imperial mostrava-se insuficiente diante das novas problemáticas. Na religião cristã Constantino viu uma ajuda para garantir a estabilidade do Império e para salvar a civilização romana. 

Infelizmente, esse equilíbrio foi quebrado pelo seguinte Édito de Tessalônica do 27 de Fevereiro de 380, no qual a religião cristã foi reconhecida como a única e verdadeira religião a ser professar no Império: "Nós queremos que todos os povos permaneçam fieis àquela religião transmitida pelo divino apóstolo Pedro aos Romanos... Ordenamos que o nome dos Cristãos católicos abrace aqueles que seguem esta lei, enquanto os outros loucos e insanos... devem ser castigados” (Para este documento, e toda a legislação: o cristianismo nas leis da Roma Imperial, a c. Alberto Barzanň, ed. Pauline, Milão 1996; texto citado está em p. 228.).



Este Edito tem um signifaco epocal porque marca o começo da liberdade do homem moderno. O Estado reconhece a liberdade dos seus cidadãos de professar aquela religião que em consciência acreditam que seja a melhor.

Com Constantino o Estado se torna laico, no sentido mais verdadeiro do termo. Laico não significa indiferente ante a religião, ou pior, relegar a religião ao interior da consciência, mas reconhecer a dimensão espiritual do homem, que tem também implicações sociais, permitir a liberdade de culto sem interferências e limites. 

Neste sentido o Estado laico é um Estado crente no duplo sentido. 

Crente em Deus a quem deve prestar o culto devido segundo a virtude da justiça, que neste caso se transforma em virtude da religião. 

Crente no homem porque o Estado reconhece não somente a sua dimensão biológica e cívica, mas também aquela espiritual. Dessa forma evita-se um antropologismo redutivo e vem reconhecido um antropologismo transcendente. 

Bento XVI mais de uma vez falou de “laicidade positiva” 

“A ‘laicidade sadia’ exige que o Estado não considere a religião como um simples sentimento individual, que poderia ser confinado exclusivamente no âmbito particular. Pelo contrário a religião... deve ser reconhecida como presença comunitária pública... Não é um sinal de laicidade sadia a rejeição, à comunidade cristã e àqueles que legitimamente a representam, do direito de se pronunciar a respeito dos problemas morais que hoje interpelam a consciência de todos os seres humanos, de maneira particular dos legisladores. Não se trata de uma ingerência indevida por parte da Igreja na atividade legislativa, própria e exclusiva do Estado, mas sim da afirmação e da defesa dos grandes valores que dão sentido à vida da pessoa e salvaguardam a sua dignidade. Antes de ser cristãos, estes valores são humanos... Nesta nossa época há quem procure excluir Deus de todos os âmbitos da vida, apresentando-O como antagonista do homem... É nossa tarefa fazer compreender que a lei moral que Ele nos deu tem a finalidade não de nos oprimir, mas de nos libertar do mal e de nos fazer felizes. Trata-se de mostrar que sem Deus o homem está perdido, e que a exclusão da religião da vida social debilita os próprios fundamentos da convivência humana” (Bento XVI, discurso à União dos Juristas Católicos Italianos, 9 de dezembro de 2006.). 

E ainda: “Sem dúvida, esta ‘sã’ laicidade do Estado comporta que cada realidade temporal seja regida segundo normas próprias, que todavia não devem descuidar as instâncias éticas fundamentais, cujo fundamento se encontra na própria natureza do homem e que, precisamente por este motivo, remetem em última análise para o Criador” (ao Embaixador, Discurso da República de São Marino, 13 de novembro de 2008). 

Esta "sã laicidade do Estado" não é um resultado do Concílio mas faz parte do Magistério constante da Igreja. Já Pio XII no discurso do 23 de março de 1958, se expressava: “A legítima sã laicidade do Estado é um dos princípios da doutrina católica”. Assim, um Estado laico é aquele que não impede a busca do sentido da própria vida de cada pessoa e que garante que os direitos humanos fundamentais sejam respeitados e protegidos. 

A autêntica laicidade não coíbe, mas postula uma sã colaboração entre o Estado e a Igreja, dado que ambos, embora diversamente, estão ao serviço da vocação pessoal e social das mesmas pessoas humanas. 

Estas reflexões do Papa Bento XVI também são compartilhadas por outras pessoas capazes de refletir. Um destes é o escritor Fiódor Dostoiévski (1821-1881). Ele meditou no slogam: "Como se Deus não existisse". E concluiu que esta expressão é a desgraça da sociedade moderna e não só está cheia de agnosticismo, mas também privada de toda moralidade. Pungentemente escreveu: "Se Deus não existe, qual crime pode existir?" (Os Irmãos Karamazov, Livro VI, cap. 3) "Uma vez que a humanidade tenha negado a Deus... o homem se exaltará com um espírito divino, de orgulho titânico, e aparecerá como homem-Deus... Se Deus não existe, tudo é permitido"( Idem, Livro XI, cap. 9.). 

O Estado vai por água abaixo. Tornando-se tudo lícito não existe mais o delito. Toda ação, também a mais negativa, obtém livre cidadania. Diante disso o Estado é impotente; tirando Deus e não reconhecendo a liberdade religiosa, está fadado à morte. 

A outra grande personalidade é Victor E. Frankl (1905-1997), fundador da Terceira Escola de psicoterapia de Viena, a Logoterapia. Ele fundou a sua teoria sobre a busca do ‘sentido da vida’. Individualizou a realização da pessoa quando esta encontrou o sentido da sua vida; diz que quando a vida não tem mais significado, vem o desespero, a degradação e o ser humano é capaz de qualquer coisa quando se forma o ‘nada’; sucessivamente ao sentido da vida vem o ‘tédio’ do viver. Vê no niilismo o grande inimigo: “Confundir a dignidade do ser humano com mera utilidade surge de uma confusão conceptual que pode ser attribuída em suas origens ao niilismo contemporâneo... O niilismo não afirma que não existe nada, mas afirma que tudo é desprovisto do sentido” (Victor E. Frankl, Em Busca de SENTIDO, Ed. Vozes, Petrópolis, 2008, p. 173.). 

Daqui se deduz que a visão da vida apresentada pela Igreja não tem diretamente fundamento cristão, mas é uma exigência enraizada na natureza mesma do homem, compartilhada por pessoas de outras religiões.

A grande abertura intelectual do Edito de Milão nem sempre tem sido respeitada nestes 1700 anos. A história passada e recente, infelizmente o demonstra.

O Concílio tratou o argumento da liberdade religiosa e dedicou-lhe a Declaração ‘Sobre a Liberdade Religiosa’ (Dignitatis Humanae ", 7 de dezembro de 1965). 

Entre estes dois documentos há uma grande diferença. 

Constantino ao dar a liberdade ao cristianismo, pensou em fazer uma ‘benigna concessão’. 

O Concílio pelo contrário sustenta que o fundamento desta liberdade reside na natureza mesma da pessoa humana. Eis a frase mais significativa: “O direito à liberdade religiosa não se funda, pois, na disposição subjetiva da pessoa, mas na sua própria natureza (n. 2)... A verdade deve ser buscada pelo modo que convém à dignidade da pessoa humana... É injustiça contra a pessoa humana e contrária à própria ordem estabelecida por Deus, negar ao homem o livre exercício da religião na sociedade” (n. 3). 

Portanto, os Estados devem respeitar a liberdade de consciência dos seus cidadãos e não promulgar leis contrárias aos princípios da ética natural. Os Estados devem respeitar os elementos ontológicos que estão na base da pessoa humana. 

O princípio de laicidade do Estado não é outra coisa a não ser o reconhecimento de um limite intransponível do poder político sobre a pessoa humana. 

Quando o Estado não respeita isso, se transforma em um déspota e tirano, embora continue a vangloriar-se falsamente do nome de democracia.


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Papa Francisco e o patriarca ecumênico Bartolomeu I











Mensagem do papa por ocasião dos 1700 anos do Edito de Milão 

O patriarca ecumênico Bartolomeu I está de visita a Milão por ocasião das comemorações 


Roma, 16 de Maio de 2013 (Zenit.org)


O patriarca ecumênico Bartolomeu I está de visita a Milão por ocasião das comemorações do décimo sétimo centenário do Edito de Milão, assinado por Constantino e Licínio, imperadores romanos do Ocidente e do Oriente, no ano de 313. O documento concedeu a liberdade de culto em todo o Império Romano e pôs fim às perseguições religiosas.

Devido à visita do patriarca, o papa Francisco enviou na tarde de ontem, através do cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado, uma mensagem ao cardeal Angelo Scola, arcebispo de Milão, em que apresenta "saudações fraternais a Sua Santidade Bartolomeu I. [O papa Francisco] dedica pensamentos de boas vindas aos outros ilustres convidados que se reuniram para esta feliz ocasião e parabeniza a amada Igreja ambrosiana, juntamente com as autoridades civis e toda a cidade de Milão, pelo destaque dado à memória da histórica decisão, que, decretando a liberdade religiosa para os cristãos, abriu novos caminhos para o Evangelho e contribuiu significativamente para o nascimento da civilização europeia". 

“O papa Francesco”, prossegue o texto, “faz votos de que hoje, como então, o testemunho comum dos cristãos do Oriente e do Ocidente, apoiados pelo Espírito do Ressuscitado, contribua para espalhar a mensagem da salvação pela Europa e pelo mundo inteiro, e que, graças à visão magnânima das autoridades civis, seja respeitado em todos os lugares o direito à expressão pública da fé de cada um e seja acolhida sem preconceitos a contribuição que o cristianismo continua a oferecer à cultura e à sociedade do nosso tempo".


Fonte: Zenit

segunda-feira, 13 de maio de 2013

13 de Maio - Nossa Senhora de Fátima

"Por fim, meu imaculado coração triunfará."
No dia 5 de maio de 1917, o mundo ainda vivia os horrores da Primeira Guerra Mundial, então o papa Bento XV convidou todos os católicos a se unirem em uma corrente de orações para obter a paz mundial com a intercessão da Virgem Maria. Oito dias depois ela respondeu à humanidade através das aparições em Fátima, Portugal. 

Foram três humildes pastores, filhos de famílias pobres, simples e profundamente católicas, os mensageiros escolhidos por Nossa Senhora. Lúcia, a mais velha, tinha dez anos, e os primos, Francisco e Jacinta, nove e sete anos respectivamente. Os três eram analfabetos.

Contam as crianças que brincavam enquanto as ovelhas pastavam. Ao meio-dia, rezaram o terço. Porém rezaram à moda deles, de forma rápida, para poder voltar a brincar. Em vez de recitar as orações completas, apenas diziam o nome delas: "ave-maria, santa-maria" etc. Ao voltar para as brincadeiras, depararam com a Virgem Maria pairando acima de uma árvore não muito alta. Assustados, Jacinta e Francisco apenas ouvem Nossa Senhora conversando com Lúcia. Ela pede que os pequenos rezem o terço inteirinho e que venham àquele mesmo local todo dia 13 de cada mês, desaparecendo em seguida. O encontro acontece pelos sete meses seguintes.

As crianças mudam radicalmente. Passam a rezar e a fazer sacrifícios diários. Relatam aos pais e autoridades religiosas o que se passou. Logo, uma multidão começa a acompanhar o encontro das crianças com Nossa Senhora. 

As mensagens trazidas por ela pediam ao povo orações, penitências, conversão e fé. A pressão das autoridades sobre os meninos era intensa, pois somente eles viam a Virgem Maria e depois contavam as mensagens recebidas, até mesmo previsões para o futuro, as quais foram reveladas nos anos seguintes e, a última, o chamado "terceiro segredo de Fátima", no final do segundo milênio, provocando o surgimento de especulações e histórias fantásticas sobre seu conteúdo. Agora divulgado ao mundo, soube-se que previa o atentado contra o papa João Paulo II, ocorrido em 1981.

Na época, muitos duvidavam das visões das crianças. As aparições só começaram a ser reconhecidas oficialmente pela Igreja na última delas, em 13 de outubro, quando sinais extraordinários e impressionantes foram vistos por todos no céu, principalmente no disco solar. Poucos anos depois, os irmãos Francisco e Jacinta morreram. A mais velha tornou-se religiosa de clausura, tomando o nome de Lúcia de Jesus, e permaneceu sem contato com o mundo por muitos anos.

O local das aparições de Maria foi transformado num santuário para Nossa Senhora de Fátima. Em 1946, na presença do cardeal representante da Santa Sé e entre uma multidão de católicos, houve a coroação da estátua da Santíssima Virgem de Fátima. Em 13 de maio de 1967, por ocasião do aniversário dos cinqüenta anos das aparições de Fátima, o papa Paulo VI foi ao santuário para celebrar a santa missa a mais de um milhão de peregrinos que o aguardavam, entre eles irmã Lúcia de Jesus, a pastora sobrevivente, que viu e conversou com Maria, a Mãe de Deus.

Esta mensagem de Fátima foi um apelo à conversão, alertando a humanidade para não travar a luta entre o bem e o mal deixando Deus de lado, pois não conseguirá chegar à felicidade, pois, ao contrário, acabará destruindo-se a si mesma. Na sua solicitude materna, a Santíssima Virgem foi a Fátima pedir aos homens para não ofender mais a Deus Nosso Pai, que já está muito ofendido. Foi a dor de mãe que a fez falar, pois o que estava em jogo era a sorte de seus filhos. Por isso ela sempre dizia aos pastorzinhos: "Rezai, rezai muito e fazei sacrifícios pelos pecadores, que vão muitas almas para o inferno por não haver quem se sacrifique e peça por elas".

No dia 13 de maio de 2013, o episcopado português consagra a Nossa Senhora de Fátima o pontificado do Papa Francisco, a pedido deste Pontífice.


Fonte: Paulinas

sábado, 11 de maio de 2013

Rosário, oração de Deus dirigida à Mãe

Por Dom Orani João Tempesta, O.Cist. 


RIO DE JANEIRO, 10 de Maio de 2013 (Zenit.org) - Mês de maio, mês de Maria! Grandes são as manifestações de amor e devoção à Santíssima Virgem Maria, Mãe do povo, que está atenta às suas necessidades e vem ao socorro dos seus. Mãe de grande veneração, que atrai multidões aos seus santuários tanto aqui no Brasil como pelo mundo. Terei a alegria de estar no Santuário de Fátima, em Portugal, para consagrar os jovens da JMJ a Maria, juntamente com o desejo do Santo Padre o Papa Francisco de consagrar a ela seu pontificado. 

A oração da Ave Maria, tão bíblica e eclesial ao mesmo tempo, nos situa sempre nesse mistério. Oração de grande beleza, foi sendo proclamada pelo próprio Deus, através do Arcanjo Gabriel: “Ave, cheia de graça! O Senhor esta contigo!” (Lc 1,28), saudação inicial do Mistério da Encarnação, confirmada por Isabel, “Tu és bendita entre as mulheres e é bendito o fruto do teu ventre!” (Lc 1,42) e gerada no coração dos cristãos ao longo dos séculos: “Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora da nossa morte!”. 

Por esta oração entramos na intimidade com a Trindade Santa; é a saudação que dirigimos a Maria, pois foi a oração proferida pelo próprio Deus. Grandes são os benefícios dos fiéis que recorrem a esta Boa Mãe. Muitos santos pregaram que tendo a Salvação do mundo começado pela Ave-Maria, a salvação de cada alma em particular está ligada a esta oração. (São Luís Maria Grignion de Montfort, T.V.D. n 249). 

São Bernardo de Claraval nos ensina que “clama Maria com fervor, e ela não deixará de lado a tua necessidade, pois ela é misericordiosa ou, melhor, a mãe da misericórdia”. Essa misericórdia foi buscada pelos fiéis leigos, pelo século XII, que teceram o Rosário, exercício de oração composto por dezenas da mais bela oração – a Ave-Maria – que, como Orvalho do Céu, embeleza um rosal, um campo de rosas. 

O Rosário torna-se uma oração de grande estima por parte dos leigos e recomendada constantemente por Papas, como o Papa Beato João Paulo II: “O Rosário é minha oração predileta. Oração maravilhosa! Maravilhosa na simplicidade e na profundidade”. Oração de grande valor diante da Virgem Maria, que aos pastorinhos de Fátima, em 19 de agosto de 1917, recomenda “Quero que continueis a rezar o Terço todos os dias. Rezai, rezai muito e fazei sacrifícios pelos pecadores!”. 

São Luís Maria Grignion de Montfort nos ensina que o Rosário, ou o Santo Terço, eleva-nos ao conhecimento de Jesus Cristo, purifica nossas almas do pecado, torna-nos vitoriosos sobre todos os nossos inimigos e fáceis à prática das virtudes. Este santo ainda nos ensina que para conhecer se uma pessoa é de Deus, é preciso verificar se ela gostar de rezar a Ave-Maria e o Terço, pois quem é de Deus sempre gosta e inspira os outros a rezarem. 

Ao contemplarmos os quatro mistérios do Rosário: gozosos, luminosos, dolorosos e gloriosos, contemplamos a vida de Nosso Senhor e a presença discreta, mas atuante, de Maria durante toda a História da Salvação. De fato, sobre o fundo das palavras da Ave-Maria passam diante dos olhos da alma os principais episódios da vida de Jesus Cristo, como nos ensina o Beato João Paulo II. O Rosário é profundamente cristológico, pois nos fala dos mistérios de nossa salvação e é, ao mesmo tempo, contemplativo, junto com Maria. O Papa Francisco esteve já duas vezes em visita a Nossa Senhora na Basílica Romana de Santa Maria Maior, seja no primeiro momento para pedir a Maria pelo seu Pontificado, seja para rezar àquela que “nos ajuda a crescer, a afrontar a vida, a ser livres”. Ele também escolheu iniciar a sua visita ao Brasil com um ato devocional a N. Sra. Aparecida, como ficou claro em sua decisão de vir presidir a Jornada Mundial da Juventude. 

Também nós podemos ver nas palavras da Ave-Maria a contemplação da vida de Cristo e a nossa vida assim iluminada: ao longo do Rosário veremos a presença de Maria desde nosso batismo ao sermos consagrados a Ela, passando pelas aventuras da juventude, nas dificuldades da vida adulta, na vida familiar e como companhia na solidão dos idosos. Ainda citando o Beato João Paulo II, a simples oração do Rosário marca o ritmo da vida humana, marca o Amor de Deus presente na vida dos seus filhos. 

Cânticos, festas, peregrinações e orações marianas como o Rosário são fontes de graças que o próprio Deus nos concedeu, para estarmos mais intimamente ligados a Ele, através de Maria. Como nos diz São Bernardo: Deus vendo que somos indignos de receber as graças diretamente das suas mãos, dá-as a Maria, a fim de que por Ela recebamos tudo o que Ele nos quis dar, “para que a graça regresse ao seu Autor pelo mesmo canal por onde veio”. 

Estamos no Ano da Fé, ano da Graça de Deus, quando Maria se faz presente acolhendo seus filhos dispersos na fé, acolhendo-os na Igreja de seu Filho, na qual Ela é Mãe. Santo Irineu expressa que “o nó da desobediência de Eva foi desfeito pela obediência de Maria; o que a virgem Eva ligou pela incredulidade, a Virgem Maria desligou pela fé”. Observar Maria e seguir seu exemplo é um caminho seguro de fé e de obediência à vontade de Deus. 

Que tenhamos Maria como nossa companheira nesta estrada, santificando-nos pela vida de Cristo, e com o exemplo de Sua Mãe! Como devotos desta Boa Mãe, vamos nos unir a Ela através do Rosário, meditando a Graça de Deus manifestada aos homens pelas mãos de Maria. Contemplemos tão bela face de Maria, Nossa Senhora de Fátima, aquela que vem aos mais simples, mas de coração puro e desapegado. Como os pastorinhos, estejamos atentos ao seu apelo: “Quero que continueis a rezar o Terço todos os dias. Rezai, rezai muito...”. 

† Orani João Tempesta, O. Cist. 
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ


Fonte: 
Zenit

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Têmporas e Rogações


Têmporas

As Quatro Têmporas do ano são os dias em que a Igreja ora, insistentemente, a Deus dando-lhe graças e pedindo-lhe pelas várias necessidades da humanidade, pelos frutos do campo e pelo trabalho dos homens. No começo das quatro estações (daí «quatro Têmporas» ou tempos), dedicavam-se os três dias mais penitenciais da semana – quarta-feira, sexta-feira e sábado –, ao jejum e à oração, com essas intenções. Parece uma instituição de origem claramente romana, talvez já desde o século V, em conexão com a vida agrícola e o ritmo das estações do ano. Caíam na primeira semana da Quaresma, na semana a seguir ao Pentecostes, nos dias seguintes ao 14 de Setembro (Exaltação da Cruz) e no Advento.

Na última reforma do Calendário, deixou-se ao critério de cada Conferência Episcopal, «tendo em conta as necessidades locais», a adaptação das datas e conteúdos destas Têmporas «às diversas regiões e às diversas necessidades dos fiéis» (NG 45-47; cf. EDREL 675-677).

Algumas Conferências Episcopais, por se ter perdido entre nós o sentido desta tradição, optou por suprimir a celebração das “Quatro Têmporas”, mantendo somente a das Rogações.


Rogações

As «rogações», do latim, rogare (pedir), são as orações de petição que uma comunidade faz em determinados tempos ou por algumas intenções especiais, muitas vezes em forma de procissão e com o canto das Ladainhas dos Santos.

No século V, Mamerto, bispo de Vienne (França), estabeleceu umas rogações em 25 de Abril, com o inconveniente de caírem sempre no Tempo Pascal.

As rogações – dando graças a Deus, pedindo a chuva, uma boa colheita, o fim de uma epidemia ou a libertação de algum outro mal que ameaça toda a comunidade – relacionam-se sobretudo com as Quatro Têmporas do ano. «Para que se adaptem às diversas regiões e às diversas necessidades dos fiéis, é conveniente que as Conferências Episcopais determinem o tempo e o modo de as celebrar». (cf. NG 45-47, in EDREL 675-677).


Na sociedade contemporânea que se urbaniza, essas práticas praticamente desapareceram.


Fonte: